Usina Paísa não será vendida ou fechada, diz Alexandre Toledo

29/12/2013 21h09

O deputado federal Alexandre Tolêdo(PSB), também industrial do açucar, comentou pela primeira vez na sua entrevista na rádio Farol Melodia,em Penedo, sobre a crise na Paísa que vem passando, a exemplo de outras empresas sucroalcooleiras no Brasil, uma grande crise econômica. Toledo reafirmou que nunca pensou em fechar a indústria que mais gera emprego na cidade e nem tão pouco a família Toledo colocará à venda a empresa. Ele ressaltou a importância da indústria que gera mais de dois mil empregos em Penedo, além de injetar mais de 1 milhão e 200 mil por semana na economia da cidade. Alexandre Toledo garante em nome da familia que o Grupo Toledo não vai fechar nenhuma de suas usinas em Alagoas. "O grupo Toledo tem história no setor sucroalcooleiro em Alagoas". "Estamos atrasados com salários dos trabalhadores em parte e com problemas com nossos fornecedores de cana e frentistas," confirmou Alexandre Toledo. Toledo lembrou que a Paísa se encontra instalada há 35 anos na cidade de Penedo,portanto, "é dificil mudar a produção de açucar e alcool por outra atividade industrial. O industrial açucareiro debitou essa crise nacional do setor sucroalcooleiro ao equívoco de posição tomada pelo governo Federal. Segundo ele, a política errada da Petrobrás tem nos afetados demais. Ele mostrou atualmente, a indústria sucroalcooleira brasileira encontra-se em crise. No centro-sul, a crise afeta cerca de 20% das usinas. Dezenas já fecharam ou estão desativadas, muitas mudaram de controle societário, diversas encontram-se em processo de recuperação judicial. Na Região Nordeste, todas tiveram uma redução de safra, (em torno de 30%), decorrente das constantes secas, combinada com o aumento dos custos operacionais. O álcool hidratado (etanol) é utilizado no Brasil como combustível há mais de 40 anos, com a introdução do Programa Nacional do Álcool (PROÁLCOOL), para acabar com a dependência do combustível fóssil (gasolina). Com o avanço da tecnologia na produção dos veículos biocombustíveis (flex), o mundo passou a ter um maior interesse nos combustíveis renováveis, aumentando significativamente a produção da cana-de-açúcar no Brasil. Garantiu ele, nesta safra (2012/2013), por exemplo, que está sendo encerrada, Alagoas registrará uma das menores produções dos últimos 20 anos. Como as linhas de crédito estão limitadas, as usinas, para fazer caixa, vêm comercializando seus produtos até com preços abaixo do custo de produção. Para obter maior produtividade e melhorar as margens operacionais, no centro sul, algumas usinas estão dando mais ênfase à produção do açúcar e do álcool/etanol anidro, que é misturado à gasolina, em detrimento do álcool hidratado (usado nos tanques dos automóveis). Já outras, disse ele, mais capitalizadas, aumentaram os investimentos na renovação dos canaviais, de modo a elevar a moagem da cana-de-açúcar, a fim de compensar a queda do preço do açúcar e de incrementar as margens de venda de energia elétrica. Alexandre Toledo adiantou, em vista deste cenário, o Governo Federal precisa dar mais atenção a este importante segmento da economia brasileira, de modo a evitar que o Setor Sucroalcooleiro dispense mais outros milhares de trabalhadores do País e, para tanto, deve ser mais transparente quanto às politicas de investimentos; (i) no etanol a médio e em longo prazo, (ii) na irrigação e na armazenagem de água para a agricultura na Região Nordeste; (iii) na melhoria das pesquisas para genética de cana, com sementes mais resistentes a secas; (iv) na regulamentação de uma política competitiva de preço da gasolina, em relação ao álcool. "Tudo isso somente será possível se houver uma grande articulação e mobilização nacional, por parte dos produtores e dos órgãos de classe (Sindaçucar), junto aos seus representantes no Legislativo ( assembleia, Câmara e Senado) e no Executivo (estadual e federal)", concluiu Toledo.