Disputa vaga federal será bem acirrada em 2014

29/04/2014 17h05

foto89652A pouco mais de cinco meses das eleições para a renovação dos mandatos de deputado federal e estadual, o cenário que se apresenta não é nada fácil para os postulantes à disputa em Alagoas. A cada dia parece mais difícil o fechamento de alianças com vistas ao pleito proporcional, pelo menos até agora. Candidatos tem de sobra, mas quando a situação de cada um é colocada no papel, a chance de se eleger tira o ânimo de muita gente. Para a disputa majoritária parece que tudo está transcorrendo sem dificuldades. Mas quando o assunto entra na discussão da proporcional, a coisa fica bem diferente. Ninguém se entende, porque na "guerra das estrelas" o coeficiente eleitoral constitui-se o grande obstáculo. Segundo um expert na matemática eleitoral, para conquistar uma das nove vagas da Câmara dos Deputados o partido terá que somar em torno de 160 mil votos. Na eleição 2010 o campeão de votos para federal foi Renan Filho, com 140 mil. Se fosse agora em 2014, a tendência era somente ele chegar a topo da votação. Para fazer dois federais, a legenda vai precisar de 250 mil votos. E se pensar em três, terá de trabalhar para conseguir 400 mil votos. De todos os postulantes à disputa, é difícil, até o momento, a garantia de um campeão de votos que garanta a sua vaga sozinho. Essa tem sido a dor de cabeça dos líderes partidários, que travam uma "guerra" nos bastidores para fechar as alianças. Dos atuais federais, pelas estimativas mais bem avaliadas, são remotas as chances de Paulão (PT) retornar. Da mesma forma, deverá ocorrer com João Lyra (PSD). Ambos só conseguirão eleger-se com a sobra de votos da legenda. Paulão, aliás, já foi beneficiado com isso em 2010, ficando como primeiro suplente. Assumiu dois anos depois com a saída de Joaquim Beltrão (PMDB) para a Prefeitura de Coruripe. Dos novatos que deverão disputar a Câmara dos Deputados, pelo menos quatro são apontados com chances de garantir o mandato: Luciano Barbosa e Marx Beltrão (PMDB), ex-prefeitos de Arapiraca e de Coruripe; Ronaldo Lessa (PDT) e Cícero Almeida (PRTB), este último ex-prefeito de Maceió. Apenas o PMDB tem pequenas chances de eleger dois representantes. É por isso que se fala na ida de Luciano Barbosa para uma chapa puro sangue, a fim de facilitar uma aliança com o PROS de Carimbão, que, de acordo com pesquisas reservadas do partido, tem chances de se reeleger sem problemas. Luciano vem com um arrastão de voto do agreste e sertão alagoano, sem falar no Baixo São Francisco. Lessa e Almeida também aparecem bem situados nas pesquisas internas do PMDB. A chance de Cícero Almeida, contudo, depende de sua aceitação na Grande Maceió, que concentra sua densidade eleitoral. Se as previsões não se concretizarem nesse contingente eleitoral, o ex-prefeito também será sacrificado. Ele não está muito seguro de sua eleição e vem anunciado que será candidato a deputado estadual. Nessa briga, outro nome de peso do PRTB, Antônio Albuquerque, terá poucas chances de ser vitorioso. Mas essas expectativas vão depender dos acordos que serão fechados nos próximos dois meses. É provável que no próximo fim de semana, depois do feriado do Dia do Trabalhador e do prazo final para acerto de contas com o Leão, nesta quarta-feira, no cenário tranquilo de Barra de São Miguel ocorram alguns encontros para discussão de alianças. O partido Solidariedade deve apresentar JHC. Trata-se de um bom concorrente. Mas não anda bem situado entre os concorrentes. Só terá chance se aderir a chapa que será montada pelo PP do Biu. Ele tenta repertir o feito do Rui Palmeira em 2010, quando foi uma Oposição as irregularidades da Assembleia Legislativa. O PSDB, que em 2010 elegeu Rui Palmeira, está ameaçado de não fazer nenhum deputado este ano; Pedro Vilela, sobrinho do governador tucano Teotônio Vilela, ainda não decolou. Ele vai precisar de muita articulação do Teo para garantir uma das cadeiras de federal. Outro que tem uma posição boa é o republicano Mauricio Quintella, por ter feito boas articulações. Mas existe a possibilidade dele desistir para compor como vice-governador na chapa do senador Benedito de Lira. Com isso, abre espaço para a reeleição do Arthur Lira, que é outro que está com o mandato por um fio. Não somar, existe possibilidade dele retornar a disputar a estadual, a exemplo do que já vai acontecer com o PMN de Francisco Tenório. Caso a saída de Arthur Lira se confirme, quem pode ser convocado para a disputa federal é o tucano Joãozinho Pereira,campeão de votos para estadual e que não anda nada satisfeito com o desempenho nesses quatro anos da Assembleia Legislativa, sempre envolvida em escândalos. No caso de Joãozinho disputar a Câmara dos Deputados, as chances de Pedro Vilela pioram ainda mais. O democratas vai de Omar Coelho,ex-presidente da OAB/Al para tentar reconquistar a cadeira na câmara dos Deputados que um dia foi bem representada pelo Thomaz Nonô, chegando a ser até primeiro vice-presidente. Até as convenções, no mês de junho, teremos muitas novidades, com a subida e descida de candidatos à disputa da Câmara dos Deputados. Isto sem falar na corrida estadual, onde a queda de braço será bem maior pelas 27 vagas na Assembleia Legislativa.