Roberto Carlos disputa vaga na ALE de Alagoas

22/07/2014 11h11

   fotocoverroberto22222Rei Roberto Carlos em carne e osso, mas o seu conhecido cover em Maceió que, pela segunda vez, disputa uma eleição; tenta uma das 27 cadeiras na Assembleia Legislativa de Alagoas; ele é, na verdade, João Honorato da Silva (PPS); "Ninguém me conhece pelo meu nome, nem mesmo meus vizinhos. Sou o Roberto Carlos e não poderia ser chamado de outro jeito nas urnas", explica; como ele, tantos outros buscam um mandato usando nomes inusitados, engraçados; são personagens e personalidades das mais diversas que, a partir do final do mês de agosto quando terá início o Programa Eleitoral Gratuito na TV, vão fazer de tudo na telinha pelo seu voto Alagoas247 - Jhôw o Super Homem, Shakti Sampaio, Peito de Pombo, Jarrão, Tiririka das Alagoas, Fonho, Porquinho, Palhaço Pirulito, Brama do Forró, Tetelpontocom e Ureia-lá. O que parece remeter a personagens de histórias em quadrinhos ou de desenhos animados se trata, na verdade, de assunto sério: as eleições 2014. É com sobriedade e, ao mesmo tempo, um toque de bom humor, que muitos candidatos aos cargos de deputados federal e estadual de Alagoas esperam atrair os votantes fazendo uso de nomes nada convencionais. Em todo o país, é possível se tornar candidato utilizando apelidos e outros nomes criados para chamar a atenção da população. Isso acontece porque a Justiça Eleitoral não estabelece restrições a esse respeito. A intenção, na maioria das vezes, é conquistar o público indeciso, que pode ser atraído pela irreverência, mesmo que ela esteja presente somente no nome que constará na urna eletrônica no próximo mês de outubro. De acordo com o cientista político Ranulfo Paranhos, o objetivo das campanhas eleitorais é reproduzir, com a maior naturalidade possível, a realidade dos candidatos aos cargos públicos para que, dessa forma, eles sejam aproximados dos votantes. Para ele, a estratégia de utilizar nomes fictícios é uma maneira de alcançar esse objetivo. "O que campanhas políticas tentam fazer é tornar o mais natural possível o candidato para que o eleitor tenda a se identificar com ele. A utilização dessa estratégia segue essa linha de torná-lo uma pessoa comum. A imagem é vendida como o povo conhece ou como é mais fácil de memorizar, de chamar a atenção", afirma Ranulfo Paranhos.     Dos palcos para as urnas Candidato pela segunda vez, João Honorato da Silva (PPS) tenta preencher uma das 27 vagas para deputado estadual de Alagoas, mas não com esse nome. Conhecido na capital alagoana por fazer trabalhos como cover do cantor Roberto Carlos, é o nome do Rei que ele vai levar para as urnas. A ideia de se candidatar partiu, inclusive, dos fãs do imitador. De tanto insistirem, ele aceitou mais uma vez o desafio e decidiu fazer o registro como candidato para as eleições desse ano. Em 2012, na tentativa de entrar como parlamentar na Câmara Municipal de Maceió, Roberto Carlos conseguiu 500 votos. "Ninguém me conhece pelo meu nome, nem mesmo meus vizinhos. Sou o Roberto Carlos e não poderia ser chamado de outro jeito nas urnas. Foram as pessoas que gostam do meu trabalho que me incentivaram nessa candidatura e eu acredito que minha profissão como cover pode atrair muitas pessoas que não têm opção de candidato", disse João Honorato, que há dez anos trabalha profissionalmente como imitador do artista. Conhecido por exercer a profissão em lojas do Centro de Maceió, Roberto Carlos, que hoje está com 60 anos, diz que já fez shows em aniversários, casamentos, confraternizações e até velório. Caso seja eleito, ele promete trabalhar com honestidade para melhorar a vida da população. "Eu não tenho essa afinidade de ser político, mas o povo que me conhece, que faz festa quando me vê trabalhando, insistiu e eu aceitei. Sou ficha limpa e tudo o que faço é com honestidade e responsabilidade. Se for eleito, continuarei assim", afirmou. Do município de Rio Largo, outro candidato a deputado estadual promete chamar a atenção do eleitorado pelo nome que levará às urnas. Denivaldo Simões Gaudêncio (PHS) decidiu dar uma incrementada no apelido de infância com o objetivo de atrair mais votos. De Tetel, passou para Tetelpontocom. Pela primeira vez como candidato, Denivaldo destaca que a mudança se deu para fazer uma relação com a profissão que exerce na cidade em que mora. Na opinião dele, com essa alteração, ficou mais fácil de ser reconhecido pelo público votante. "O apelido de Tetel existe há muito tempo, desde a infância. Acrescentei o 'pontocom' porque eu trabalho com mídia, com internet e achei que essa pegada 'hightech' ficaria legal", ressaltou o candidato, que tem o ensino médio completo e integra a coligação Ninguém é forte sozinho.     Programa na TV O eleitorado vai poder conhecer a maioria dos candidatos que usam apelidos a partir do final do mês de agosto, quando terá início o Programa Eleitoral Gratuito na TV. Segundo Ranulfo Paranhos, os nomes um tanto quanto esquisitos podem prender a atenção dos telespectadores, o que não significa, necessariamente, que tal comportamento será revertido em voto. "Parte dos eleitores é atraída pela qualidade do programa eleitoral, que está cada vez mais profissionalizado, com imagens bastante limpas. Mas também tem muita gente que fica preso à TV pelas bizarrices. De qualquer forma, as situações inusitadas dão uma certa dinâmica ao processo, prendendo o eleitor naquele momento, o que não significa que essa atenção será revertida em voto. A lista de todos os candidatos às eleições 2014 pode ser conferida na página Divulgacand2014, disponibilizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).