Collor e Heloisa disputa acirrada pelo Senado
Pela lógica política, não existe nenhuma possibilidade dos tucanos alagoanos votarem e apoiarem a reeleição de Collor. Há mais de dois anos que Fernando Collor iniciou uma campanha insistente contra o PSDB e o governo Teotonio Vilela, temendo que o governador pudesse disputar com ele a única vaga de Alagoas ao Senado na eleição deste ano. Vilela não entrou no páreo e o partido desistiu de apresentar candidatura ao Senado. Então, para onde vão os votos e apoios tucanos. Estaria Collor pensando, por acaso, que os tucanos alagoanos iriam apoiá-lo para o Senado? Ou que ficariam indiferentes às pancadas recebidas constantemente durante mais da metade do segundo mandato de Téo. Com a polarização entre Collor e Heloísa Helena, segundo pesquisas de intenção de votos registradas na Justiça Eleitoral e divulgadas pela imprensa, é natural que tucanos e adversários outros de Collor tenham decidido votar, declarar e apoiar a candidatura de Heloísa Helena ao Senado. Heloísa não tem buscado esses apoios e nem subido em palanques tucanos, mas, certamente, não poderá recusar o voto de quem não quer Collor na política alagoana. Essa é uma disputa de votos, não uma assembleia partidária ou ideológica. Tampouco há uma aliança entre Heloísa Helena e o PSDB alagoano. Ela continua a fazer sua campanha de corpo a corpo em Maceió e interior, dirigindo seu próprio carro ou em carros de amigos, andando sem nenhum político de renome ao seu lado, fazendo o discurso contra a corrupção e em favor dos que mais precisam das políticas públicas, sem poupar o PSDB ou qualquer outro partido de qualquer responsabilidade. O fato é que em Alagoas, a disputa para o Senado virou um clássico, entre o azul e o encarnado. É Collor ou Heloísa. Quem não quer Heloísa Helena, como o PT, vota em Collor. Quem não quer Collor, como o PSDB, vota em Heloísa. Não há meio termo. Não é uma questão de juntar convergências, mas de lutar contra as divergências.