Ministro alagoano Lages com chance de compor governo Renan Filho

26/11/2014 11h11

foto5659665O ministro do Turismo, alagoano Vinicius Lages retorna amanhã a Alagoas para cumprir uma longa agenda nesta semana. Ainda em conversa com a imprensa quando esteve em Marechal Deodoro, questionado sobre possibilidade de compor no futuro governo de Renan Filho, reafirmou, com exclusividade, ao blog do Bernardino: "sou homem de cumprir missões e quando entender que chegou a hora de assumir essa missão, se houver oportunidade,por que não encarar o desafio?" Vinicius Lages anunciou que "de um total de 221 obras em Alagoas, 107 estão em execução, com contratos monitorados pela Caixa Econômica Federal." Segundo ele, é importante ressaltar que os recursos são liberados mediante a comprovação do andamento das obras e, por isso, prefeitos e o governo do estado é um importante parceiro para conseguirmos dar andamento a esses importantes investimentos. O ministro alagoano, disse ainda, que "colocaria também como desafio a melhora do ambiente de investimentos e a sinergia entre gestores público e privados." A imprensa brasileira tem destacado o trabalho de Lages no turismo e a possibilidade dele permanecer no cargo no segundo governo Dilma, onde vinte e sete entidades de turismo enviaram um manifesto a presidente reeleita Dilma para ele permanecer no cargo. Mais uma vez, Lages deu uma entrevista ao nosso blog, quando aqui esteve em Marechal Deodoro prestigiando o V Filmar. Eis na íntegra em formula de ping-pong as respostas:

Qual o pefil de gestão adotada neste período à frente do Ministério do Turismo?

Assumi o ministério do Turismo num momento histórico. Ser ministro do Turismo do meu país durante a Copa do Mundo foi uma experiência que vou levar para a vida toda. Assumi a menos de três meses do mundial e tive que imergir para conhecer a fundo todos os programas e ações. O contexto nacional e internacional era de intensa crítica e desconfiança em relação à organização da Copa no Brasil. Paralelo a tudo isso, existiam sim alguns problemas pontuais que precisavam ser resolvidos nas cidades-sede com o apoio do governo federal por meio do Ministério do Turismo. Conseguimos vencer a guerra da comunicação e saímos com uma reputação muito melhor que entramos na Copa do Mundo. Em paralelo a este desafio, temos investido em uma gestão ágil, moderna e inovadora, o que muitas vezes é difícil na esfera pública. Inovação é palavra-chave hoje para o desenvolvimento em qualquer setor da economia, e estamos estimulando esta prática no turismo. O perfil empreendedor muito estimulado pelo Sebrae, onde trabalhei nos últimos anos, serve tanto para a iniciativa privada quanto para o setor público. Ter atitudes empreendedoras significa, em última instância, focar em resultados e trabalhar para alcança-los. Nessa perspectiva, a experiência que tive de mercado tem me ajudado mundo como ministro do Turismo. Muitas vezes temos excelentes quadros e precisamos apenas organizara as forças, definir metas, reorganizar prioridades para conseguirmos os resultados desejados. Encontrei no Ministério do Turismo profissionais extremamente colaborativos que, quando bem estimulados, dão respostas a contento.

Qual o aprendizado da Copa do Mundo para as Olimpíadas? Quais as lições que merecem destaque nesse processo de aprendizado?.

Pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo com mais de 16 mil turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo revela que 95% deles querem voltar para o Brasil. Do dado podemos tirar duas conclusões: o mundial de futebol no Brasil foi um sucesso e grande parte dos estrangeiros pode voltar para as Olimpíadas, gerando naturalmente um intenso fluxo turístico para o país em 2016. A nossa curva de aprendizado para organizar grandes eventos foi acelerada e o próprio Comitê Olímpico Internacional reconhece que temos respeitado os prazos e obedecido o planejamento. A melhora da sinergia entre os setores público e privado, o aperfeiçoamento do ambiente de negócios e a qualificação da mão de obra são áreas em que ainda podemos avançar. Queremos criar o ano olímpico para aproveitar a exposição global e criarmos eventos que atraiam visitantes durante os 12 meses de 2016. Eu tenho certeza que sairemos dos Jogos Olímpicos com uma nova e mais poderosa imagem de destino turístico mundial. Os brasileiros cada vez mais vão ficar apaixonados pelas maravilhas de seu próprio país.

3.O mercado turístico mundial oferece diversos atrativos para o co nsumidor, neste contexto como estimular o brasileiro a viajar pelo próprio país?

O turismo doméstico cresceu muito no Brasil nesses últimos anos. O número de viagens domésticas saltou de 140 milhões em 2005, para 201 milhões em 2013. Em 2005 eram 32 milhões de brasileiros viajando pelo país e, em 2013, o número subiu para 60 milhões. É evidente que ainda há uma ampla avenida para o turismo crescer no Brasil. Estimular o brasileiro a viajar mais pelo próprio país é um desafio enorme, do mesmo tamanho e da mesma importância de atrairmos estrangeiros. Existem questões complexas de pano de fundo, aspectos culturais, de mercado e estruturais. Primeiro é preciso criar no brasileiro o desejo de conhecer o próprio país antes de olhar para o mundo. Esse é o foco da campanha #partiuBrasil. Paralelo a esse processo, precisamos criar estrutura e preços adequados para melhor atender o cliente. O mercado é fundamental nesse processo de criar no cliente a vontade de voltar e falar bem da experiência de viajar pelo Brasil. Em suma, o que faz um turista viajar pelo Brasil em vez de ir para fora é o preço e a qualidade do serviço. Temos vantagem competitiva no ponto, porque os destinos nacionais, via de regra, são mais próximos, agora temos de olhar para o preço e produto para completar os três Ps do marketing. Como a Copa do Mundo interferiu no posicionamento do Brasil no mercado global do turismo? A Copa do Mundo cria uma agenda de desenvolvimento em diversos setores estratégicos, funciona como um catalizador de investimentos, adiantando intervenções historicamente necessárias de infraestrutura e acelerando a curva de aprendizado. Experimentamos uma Copa memorável. O mundo parou para olhar para o Brasil e gostou do que viu. É inegável o nosso ganho de imagem e isso faz toda a diferença no posicionamento nacional no mercado global. O desafio agora é manter o país como objeto de desejo de brasileiros e estrangeiros. As conquistas do mundial de futebol nos impõem um desafio de querer mais, trabalhar por mais, aumentam a nossa responsabilidade. Atualmente somos a sexta maior economia do turismo no mundo, mas podemos avançar. O Plano Nacional de Turismo impõe o desafio de nos posicionarmos entre as três maiores. Essa visão depende de muito trabalho e esforço integrado entre governo e mercado.

Quais são os próximos passos? Quais os investimentos a sociedade pode esperar do governo federal para alavancar o turismo?

Eu diria que a Copa do Mundo representou o fim de um ciclo com a consolidação do turismo como um importante vetor da economia. O que estamos vivenciando agora é um momento importante, decisivo e desafiador: é o que nós do governo federal estamos chamando de “terceiro ciclo” do turismo nacional, onde a eficiência deve estar no centro das atenções. Eficiência no mais amplo sentido da palavra, representado qualidade nos serviços, otimização dos recursos e ampliação dos ganhos. Para isso realinhar os rumos institucionais, investir em renovação e inovação é fundamental. Temos um cenário econômico e de consumo totalmente transformados, além de um novo perfil de turista, que impõe a quebra de paradigmas para empresas, governos e destinos. Temos de olhar com atenção para conectividade aérea, marítima, fluvial e terrestre; pensar nas parcerias intersetoriais estratégicas e na reaproximação da iniciativa privada e governos locais; a mudança no modelo de investimento e marcos legais; ter um novo olhar sobre educação e qualificação; trabalhar na abertura para novos mercados e negócios.

Em nível regional, focando especificamente em Alagoas, quais são as oportunidades a serem trabalhadas?

A melhoria da infraestrutura é um desafio comum a todos os destinos turísticos e Alagoas não foge à regra. O Ministério do Turismo já destinou R$ 400 milhões para o estado promover obras de infraestrutura. São intervenções variadas, que vão desde a sinalização turística até a construção de rodovias de acesso a destinos. De um total de 221 obras, 107 estão em execução, com contratos monitorados pela Caixa Econômica Federal. É importante ressaltar que os recursos são liberados mediante a comprovação do andamento das obras e, por isso, prefeitos e o governo do estado é um importante parceiro para conseguirmos dar andamento a esses importantes investimentos. Colocaria também como desafio a melhora do ambiente de investimentos e a sinergia entre gestores público e privados. E qual sua relação com Alagoas, além de ser seu estado natal? Eu tenho um carinho especial pelo meu estado, tenho foto das praias em meu telefone e mostro sempre que tenho a oportunidade. Quando estive em Nova York, mês passado, mostrei a jornalistas americanos que ficaram deslumbrados com a beleza que temos em Alagoas. Minha vida no Sebrae começou em Alagoas, fui diretor técnico antes de ir para o Sebrae Nacional, em Brasília. Acho que o Estado evoluiu muito nos últimos anos, mas tem condições de evoluir ainda mais. A eleição de Renan Filho com certeza dará condições para que isto aconteça. Acredito que teremos um governador jovem, disposto a adotar medidas necessárias e inovadoras para aprimorarmos a administração pública, criando um terreno adequado para o desenvolvimento econômico, inclusão social e o empreendedorismo.

Uma volta a Alagoas está em seus planos?

Poder voltar e trabalhar ainda mais diretamente por essa terra linda de gente extremamente acolhedora seria uma honra. Agora quando e se isso pode acontecer depende de uma série de fatores. Sou homem de cumprir missões e quando entender que chegou a hora de assumir essa missão, se houver oportunidade, por que não encarar o desafio?