Uma oposição pra inglês ver

30/12/2014 20h08
[caption id="attachment_52947" align="aligncenter" width="640"]vereadores Aspecto da Câmara de Vereadores (foto Edson Silva)[/caption]

Muito se viu nas duas semanas passadas vários relatos e informações principalmente nas redes sociais a respeito da votação que estaria sendo realizada na Câmara Municipal. Na Casa Legislativa tumultos, xingamentos, empurrões, ausências justificadas, outras não justificadas e até planejadas. Na pauta, projetos de Lei que se referiam aos servidores da municipalidade, especialmente os da “Educação” e outros relativos aos taxistas e mototaxistas, além de projetos de menor interesse coletivo (uma suposição já que não houve publicidade destes).

Cada edil da oposição à sua maneira relatando as agruras de “defender” o servidor da Educação e o seu “modus operandi”.

Porém se enxergarmos pra valer o cerne da questão, a atuação dos edis opositores foi realizada no modo “para inglês ver”. Para quem não conhece essa expressão, ela surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver".

Da mesma maneira agiram os vereadores opositores ao governo. Faziam de conta que defendiam, quando na verdade apenas “encenavam para a plateia, já que a matemática é exata e nunca o numeral 5 será maior do que 10, isto é, os cinco votos da oposição não iriam suplantar jamais os 10 votos da situação.

Quanto aos vereadores situacionistas não há o que se reclamar. Eles são governo e ponto final. Assim escolheram e não há como mudar, afinal já dizem as raposas políticas que “paletó branco e oposição só é bonito nos outros”.

E como resolver o dilema, já que o projeto de lei, segundo os próprios vereadores de oposição afirmaram é “inconstitucional, pois reduz salários”, “fere a lei”, “vai de encontro ao estatuto do servidor”, etc, etc, etc.

Ora, se o projeto é tudo isso, o caminho natural para se resolver a questão é o do Poder Judiciário. Lá são dirimidas as dúvidas, corrigido os erros e ratificado os acertos.

Lá existem medidas para prevenir (invalidar o projeto de lei no nascedouro antes que tenha efeito) ou para suspender (anular o que está errado).

E eles, os opositores, como parlamentares não podem alegar que não sabiam da existência de remédios jurídicos para curar esse mal. Não são ignorantes, já são adultos e bem crescidinhos!

Mas o que se viu neste palco iluminado, na ribalta legislativa foi apenas cada edil da oposição jogar “bonito” para a plateia e para as redes sociais.

Nesse modo de agir saem em vantagem. Momentânea!

Mas há de se notar que não há união entre eles, apenas vaidade. Aquele que aparecer mais ou melhor em cena está mais habilitado a se tornar pré-candidato a prefeito em 2016 (segundo pensam!) e isso é o que interessa pra eles! Não existe o desejo estrito da defesa dos servidores.

Se houvesse agiam diferente!

O resto é falácia ou apenas um jogo “pra inglês ver”!