Prefeito de Lagoa da Canoa diz município não pode bancar reajuste professor

11/03/2015 14h02
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O prefeito de Lagoa da Canoa, Alvaro Melo (PMDB), um dos mais assíduos gestores em reuniões da AMA, tem dito que os municípios, sem a União estender as mãos, não podem bancar sozinhos a conta dos reajustes dos professores. Por isso ele elogiou o presidente da entidade, prefeito de Jequiá da Praia Marcelo Beltrão(PTB), que tem mantido diálogo permanente com a bancada federal para encontrar alternativas que não esgotem as finanças municipais. A pauta da choradeira dos prefeitos inclui 11 ítens, mas a principal diz respeito à falta de condições financeiras para assumir o aumento dos professores da rede municipal. Alegam os gestores que até o final da era Lula, o reajuste da categoria se dava em cima do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor – que cobria apenas a reposição da inflação. Mas agora eles estão sendo obrigados a dar um aumento de 13%, sem contar o reajuste do salário mínimo, na ordem de 7,5%. Em janeiro, segundo a Confederação Nacional dos Municípios, que também terá assento na reunião, o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) chegou 15% menor aos municípios e em janeiro, 9%. “Não temos, assim, condições de pagar 13% aos professores, que formam o maior contingente da folha, acima de 50%”, desabafa o prefeito de Lagoa da Lagoa, Alvaro Melo. Melo relata ainda outras preocupações dos prefeitos, como o subfinanciamento de programas federais. Cita o caso do transporte escolar, que a União banca apenas R$ 12 por aluno, enquanto o custo na rede privada é de R$ 300. “Outro absurdo é a merenda, que o Governo garante apenas 30 centavos por dia, mas não permite que o completo saia dos 25% destinados aos gastos com educação. Segundo ele, o Governo não permite, igualmente, mudanças na Lei de Diretrizes Básicas da Educação para se adequar ao financiamento de outras necessidades primordiais do ensino em municípios pobres, como os custos para o fardamento. “Acabamos sem poder dar o fardamento porque não computamos como gasto em educação”, reclama Alvaro Melo.