Mesmo condenado Laercio Boiadeiro continua em liberdade em Batalha

18/03/2015 16h04

rtyuiopAmanha(19) completa l6 anos do assassinato na entrada de Major Isidoro, do pecuarista e ex-prefeito de Batalha José Miguel Rodrigues Dantas, assassinado pelo fazendeiro José Laecio Rodrigues de Melo, mais conhecido por Laercio Boiadeiro. O quadro atual "Laecio Boadeiro" continua circulando livremente na cidade de Batalha, aguardando o recurso do Tribunal lde Justiça de Alagoa, que o condenou há 35 anos .. Laercio responde também pelo assassinato do Dr Rio que morto dentro de casa em Batalha em 95 por ele e o processo também esta parado na justiça . Zé Miguel é de uma família tradicional na Bacia Leiteira, onde o seu irmão Luiz Dantas é deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas. O outro irmão dele, é médico Antonio Dantas que reside em Palmeira dos Índios e também é um forte pecuarista na região da Bacia Leiteira.

Dantas versus Boiadeiro

Dia 19 de março - amanha - fazem 19 anos que assinaram o pecuarista e ex-prefeito de Batalha, José Miguel Dantas, por coincidência no dia do aniversário dele. Tudo aconteceu numa disputa política entre duas famílias importantes da região da Bacia Leiteira: os Dantas contra os Boiadeiros. Zé Miguel foi uma liderança política muito forte na cidade de Batalha,onde até hoje a familia Dantas domina. Por exemplo, alguns fatos neste 19 anos que si passaram na cidade de Batalha, quando mataram Zé Miguel: Xico Doca era prefeito em 2000 ganhou a disputa do Aloísio Rodrigues, atual prefeito. Em 2002, Luiz Dantas perdeu a eleição de deputado federal. Porém, em 2003, Xico Douca perdeu o mandato. Em 2004, o filho do pecuarista Luiz Dantas - irmão de Zé Miguel - ganhou a eleição do grupo de Xico Douca. Na disputa pela sua reeleição, Paulo Dantas - sobrinho do Zé Miguel, - ganhou do próprio Xico Doca, aconteceu em 2008. Em 2010, disputando pelo PMDB, Luiz Dantas conquista uma vaga na Assembléia Legislativa. Já em 2012, o pecuarista Aloísio Rodrigues, que tinha sido eleito em 2000 com apoio de Zé Miguel,volta a ser prefeito em Batalha. Por sua vez, os filhos de Zé Miguel, Luciana Dantas esposa do empresário e pecuarista Venceslau; Cláudia Dantas, Paulo José e José Emilio não entraram na politica e só ajudaram eleger os parentes, segundo comentou o atual prefeito de Pão de Açúcar, Jorge Dantas - ex-secretário de Agricultura do governo Téo. Em recente pronunciamento, Jorge Dantas disse que a família Dantas só é o que hoje na política graças ao empenho do pecuarista Zé Miguel. Os adversários dos Dantas, a família Boadeiro, neste período Marcone Boiadeiro matou, Carlinhos do Sindicato e se encontra foragido. Já Emanuel Boiadeiro matou o cunhado Junior Cintra que era secretario do prefeito Paulo Dantas e "séo" Matos,segurança do prefeito , no mesmo dia, está foragido. Em 2010, o filho de Neguinho Boiadeiro, vereador por três mandatos em Batalha Pedro Boiadeiro,perdeu uma eleição para vereador e Neguinho perdeu para prefeito. O pecuarista Laércio Boiadeiro, foi julgado duas vezes pelo assassinato de Zé Miguel, pegou mais de 39 anos de cadeia e está com uma tornozeleira, circulando por Batalha e na região da Bacia Leiteira. O outro assassino de Zé Miguel, Jason Lacerda Cavalcante foi preso recentemente se encontra no Baldomero Cavalcanti, enquanto o pistoleiro Cicero Bala se encontra foragido.

O crime e o júri

O agropecuarista José Laeson Rodrigues de Melo, 'Laércio Boiadeiro', foi condenado a 35 anos pelo assassinato do ex-prefeito de Batalha José Rodrigues Dantas, conhecido como “Zé Miguel”, e da esposa do ex-chefe do Executivo, Matilde Tereza Toscano de Souza, ocorridos em 1999. Por cada crime, o juiz José Braga Neto estipulou a pena de 17 anos e seis meses. O promotor de Justiça que participou do júri popular, Flávio Gomes da Costa, requisitou presidente do Tribunal do Júri que fosse decretada a prisão preventiva do condenado. Pela segunda vez, o agropecuarista senta no banco dos réus sob a acusação de duplo homicídio triplamente qualificado. Em depoimento prestado no Fórum do Barro Duro, em Maceió, Boiadeiro negou qualquer envolvimento nos crimes, bem como garantiu 'relação amigável com a família Dantas'. Porém, os familiares que se encontravam no fórum não tinham dúvidas de que o réu seria o responsável pela morte do ex-prefeito. "Não tínhamos dúvida de que ele matou o meu irmão. Acredito que a morte tenha sido motivada, também por uma questão pessoal, e não só política", disse Luiz Dantas. Já o filho da vítima, José Emílio Dantas, afirma que, apesar do crime ter acontecido em 1999, a família continua com medo e acredita na condenação do réu. "Nunca pensamos em revidar o que aconteceu, pois acreditados que violência não resolve nada. Porém, até hoje temos medo do que possa acontecer com outros membros da família, pois matar é o meio de vida dele", afirmou José Emílio. Durante a oitiva, Laelson explicou que se encontrava no Estado do Ceará, no dia da emboscada, e que jamais cometera 'tamanha barbaridade'. “Nunca andei no veículo utilizado na ação e não sei como foi o crime, tampouco a quantidade de tiros deflagrados. A única informação que tenho é a que li nos jornais, ou seja, que o casal foi vítima de uma emboscada, sendo atingido por vários disparos durante uma viagem”, afirmou. Ao Ministério Público (MP), o réu negou quaisquer motivações para o fato, quando questionado a respeito de “litígios políticos” entre as famílias Dantas e Boiadeiro. Segundo o agropecuarista, não havia razão de seu envolvimento nas mortes, já que, segundo o acusado, o ex-prefeito - que almejava retornar à Prefeitura de Batalha - era seu correligionário. Laércio sentou no banco dos réus (Foto: Janaina Ribeiro) "Não tenho nada a ver com isso. Tínhamos uma excelente relação. Jamais houve algum atrito entre nós, enquanto pessoa, tampouco como político”, argumentou José Laelson, ao solicitar ao juiz e aos representantes da acusação que algumas perguntas fossem destinadas a seu advogado, Raimundo Palmeira.

Processo criminal

Em entrevista ao portal Gazetaweb, a defesa confirmou não haver prova nos autos que acuse direta ou indiretamente o acusado. Conforme explicou Palmeira, possíveis rixas de cunho político não condizem com a realidade apresentada. “Se houvesse qualquer atrito, haveria provas que conduziriam o réu à condenação. O ex-deputado federal Luiz Dantas, irmão da vítima, em depoimento prestado à Polícia Civil, disse que não havia nenhuma relação de inimizade entre as famílias. Acredito que o réu seja absolvido no processo criminal”, sustentou.

Acusações

"Laércio Boiadeiro responde pelo mesmo crime em novo júri, uma vez que o colegiado do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) anulou a condenação de 44 anos ao alegar a existência de equívocos durante fase da oitiva. O acusado ficou detido por quatro anos no Presídio Desembargador Luiz de Oliveira Souza, em Arapiraca. Acusado também pelo assassinato, também em Batalha, do advogado Rui Néri - do qual conseguiu a absolvição -, Laelson deverá retornar ao tribunal do júri. Quanto a outro crime praticado na Paraíba, o acusado não mais vai responder, em virtude da prescrição do processo. Caso seja condenado pelo corpo de jurados, o réu poderá pegar de 12 a 30 anos de prisão por cada um dos crimes, já que duas pessoas foram mortas (o ex-prefeito e sua esposa).

Emboscada

O ex-prefeito de Batalha José Rodrigues Dantas viajava com a esposa, Matilde Tereza Toscano de Souza, para a cidade de Jaramataia, quando o veículo foi atingido por mais de 20 disparos de metralhadora e espingarda calibre 12. José Miguel foi baleado com nove tiros e sua mulher, com sete. A emboscada aconteceu na Rodovia AL-220, em março de 1999. Já segundo o promotor Flávio Gomes, acusado tinha pretensões políticas na cidade, almejando a Prefeitura ou vaga na Câmara de Vereadores. “Apesar de não existirem testemunhas, o caso é emblemático. Em quase todos os momentos da oitiva, o acusado pediu em alto e bom tom para formular perguntas ao seu advogado. Isenção total do réu”, afirmou.