Em artigo, Renan diz que independência do Banco Central é inadiável

06/04/2015 08h08

renan000365Em um artigo publicado neste domingo (5) na Folha de S. Paulo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos principais aliados da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso, defende que é inadiável que se dê independência ao Banco Central (BC), um dos temas mais criticados pelo PT durante a última campanha eleitoral. No texto, o peemedebista afirma ser inafastável fazer o debate sobre a autonomia do BC e a fixação de mandatos para o presidente e diretores da instituição. “O Brasil é o único país, entre os que adotam metas inflacionárias, cuja diretoria de BC não tem mandato fixo. Temos que, pelo menos, discutir esse assunto e jamais sonegar esse debate”, escreve. Renan diz que, durante as eleições de 2014, o tema foi contaminado pela paixão eleitoral e critica a ex-senadora Marina Silva (PSB-AC), alegando que ela não tinha isenção para defendê-lo porque era financiada por Neca Setúbal, socióloga herdeira do banco Itaú. “A candidata Marina Silva propôs a agenda, mas não tinha isenção para tal, já que era escudada e patrocinada pela herdeira de um grande banco privado”, dispara Renan. O senador do PMDB garante que, no início de 2014, chegou a propor o debate sobre a independência do BC, mas como Dilma e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se opuseram, a discussão acabou sendo interditada. Renan afirma que trouxe de volta o tema em um encontro com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e disse que a proposta é o “ajuste dos ajustes” que precisam ser feitos na economia. No final do texto, o peemedebista ainda cobra que o governo federal reduza o número de ministérios e corte cargos comissionados para assumir parte dos sacrifícios que os brasileiros terão que fazer com o ajuste fiscal na economia. “Cabe ao Congresso redistribuir o sacrifício, já que a sociedade certamente não entenderá um ajuste bancado pelo contribuinte sem que o Estado faça sua parte. É hora de reduzir à metade o número de ministérios, cortar cargos comissionados, revisar contratos e tocar a reforma do Estado. É isso o que o Brasil espera de todos nós”, alerta.