Renan foi bem recebido pelos prefeitos em Brasilia

27/05/2015 16h04

RenanCalheirosBRASÍLIA, urgente (27) — Ao participar da Marcha dos Prefeitos, nesta quarta-feira, o presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estimulou a insatisfação dos representantes dos municípios com a concentração de receitas por parte do governo federal. — Os municípios brasileiros estão sendo cada vez mais esvaziados, porque há um centralismo absurdo, quase sádico, do poder central, que cada vez quer abocanhar mais recursos — afirmou Renan em seu discurso. Tanto o presidente do Senado quanto o da Câmara criticaram o ajuste fiscal proposto pelo governo Dilma Rousseff. — Sequer poderemos chamar esse ajuste de ajuste fiscal. Poderia ser chamado de embuste fiscal, porque tributa o trabalho e a renda. Esse corte trabalhista e previdenciário vai sobretudo punir os mais pobres e os trabalhadores, e esvaziar os pequenos municípios que não têm receita própria. Precisamos de um ajuste fiscal que corte na carne, que acabe com essa excrescência que é ter 39 ministérios esvaziados e sem recursos — disse Renan, que votou contra a Medida Provisória que mudou as regras de acesso ao seguro-desemprego e abono salarial. Já Cunha chamou o superávit primário feito pelo governo de “engodo”, porque seria feito, segundo ele, por meio de manobras fiscais, as chamadas “pedaladas”: — Muito se fala de ajuste fiscal, de conter os gastos públicos. Isso é importantíssimo, mas na realidade o governo acaba fazendo o verdadeiro ajuste fiscal na inflação, porque não corrige os repasses, mas as receitas são corrigidas. Sem contar que essa história do superávit primário é o maior engodo — afirmou o presidente da Câmara. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, foi ao Congresso na manhã desta quarta-feira e também participará da Marcha dos Prefeitos. Ele afirmou que é preciso alterar o pacto federativo. — Não dá mais para ter impostos, contribuições, que não sejam compartilhados com estados e municípios. Então há um desequilíbrio imenso hoje, os municípios estão com muitas dificuldades. A gente está vendo aí desoneração de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados), que prejudica a arrecadação dos estados, desequilibra a Lei de Responsabilidade Fiscal — afirmou Pezão.