Encontro discute segurança pública em Alagoas

05/06/2015 15h03

    A bancada federal de Alagoas e a cúpula da segurança pública se reuniram na manhã de hoje (01), no auditório da Casa da Indústria, para discutir a situação do Estado. Participaram do encontro os deputados Ronaldo Lessa (PDT), coordenador do grupo, Cícero Almeida (PRTB) e Marx Beltrão (PMDB); o secretário de Defesa Social, Alfredo Gaspar de Mendonça; líderes das polícias Militar e Civil e do Corpo de Bombeiros, além do presidente da Federação das Indústrias, José Carlos Lyra. Na ocasião, Alfredo Gaspar apresentou um diagnóstico comparando os cincos primeiros meses do governo Renan Filho com o mesmo período dos anos anteriores. Os números apresentam avanços. O último maio, por exemplo, foi o mês menos violento dos últimos quatro anos. “Estamos com uma redução consistente da violência em Alagoas, com uma média de 25% menos homicídios. Ao todo foram 130 casos registrados neste ano. Significa que preservamos duas vidas a cada dia, comparando com os últimos anos. Maceió particularmente tem tido uma redução significativa, e não apenas reduzimos os índices de violência, mas invertemos a tendência, o que não é fácil”, revelou o secretário. Os números de roubos também caíram, entre eles: roubo de veículos, roubo a transportes coletivos urbanos, a transeuntes, casas comerciais, residências, transporte coletivos rodoviários, arrombamento a bancos e instituições financeiras. “Ainda registramos 530 prisões em flagrante a mais. Mas isso termina virando um problema, porque não temos estrutura e precisamos prender mais”, afirmou.     Sistema prisional Atualmente, o sistema prisional conta com 1.262 profissionais contratados como serviços prestados e os concursados ainda são poucos. O estado construiu unidades prisionais, mas não fez concurso público. As unidades que estão prontas não podem ser inauguradas se não forem administradas por cogestão, um sistema que já conta com estrutura de bloqueador de celular e de alimentação próprios, e o governo não tem recursos para implantar essa estrutura. “Em Craíbas eles (os detentos) ficam, de fato, presos. Aqui (em Maceió), infelizmente, ainda estão numa colônia de férias”, declarou o secretário, referindo-se à unidade carcerária existente no interior, que é administrada em regime de cogestão. No que se refere ao sistema socioeducativo, o Estado foi obrigado a demolir estruturas de atendimento e não construiu nem alugou recursos para substituí-los. “Até o fim do ano teremos 200 novas vagas, as obras estão a todo vapor”, anunciou.     Estrutura O Coronel Paulo Domingos de Araújo, comandante geral da Polícia Militar, revelou que no interior muitas delegacias funcionam em prédios pagos pelas prefeituras. Segundo ele, duas obras são essenciais: a primeira é o batalhão de Delmiro Gouveia, devido à grande incidência de roubo de bancos e de arrombamentos de caixas eletrônicos na região, e que hoje está instalado numa casa cedida pela prefeitura. A segunda demanda é o batalhão de Penedo, outra fronteira do estado. Ambas as obras estão orçadas em R$ 10 milhões. O Delegado Geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, apresentou o projeto de construção de um Complexo que reunirá a Diretoria de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP), a de Repressão ao Narcotráfico (DRN) e o Departamento de Polícia Judiciária Metropolitana (DPJM), que seria situado na Santa Amélia, num terreno que já pertence ao governo do Estado. Já o Corpo de Bombeiros espera a reforma do Batalhão situado em Maceió, a do agrupamento de Arapiraca, além da construção de duas salas de assepsia, uma em cada batalhão, usadas para fazer a limpeza do material de trabalho após o atendimento (hoje é feita na Unidade de Emergência). A estimativa de custos é de R$ 1,5 milhão de reais para a primeira, R$ 1milhão para a segunda e R$ 1,3 milhão para as salas. “Precisamos de uma reforma estrutural urgente, porque os prédios vão cair. Eles foram concebidos para um determinado fim e hoje estão defasados, precisando de melhorias”, alegou o secretário Alfredo Gaspar .     Bancada federal O deputado Cícero Almeida se declarou satisfeito com os números apresentados pelo secretário e disposto a apoiar as obras estruturais. “Se cada deputado colocar três milhões de reais resolveríamos o problema estrutural das polícias. Trata-se de um valor irrisório para a bancada federal, temos que trabalhar para levantar esses recursos”, disse Almeida. Ronaldo Lessa falou sobre a importância das polícias e dos bombeiros bem estruturados para garantir a governabilidade. “Nós que fomos executivos sabemos exatamente o que isso representa. Diferente da educação e da saúde que têm verbas constitucionais carimbadas, a segurança pública não tem nada. Daí a necessidade de nos articularmos para ajudar a resolver esse problema”. O presidente da Casa da Indústria, José Carlos Lyra, sugeriu que a bancada de Alagoas recomende a criação de um fundo constitucional para a segurança pública.