Biu Lira: 'saúde pública em Alagoas está um caos'

14/07/2015 09h09
Sensibilizado com as manifestações de carinho e solidariedade, gostaria de registrar meu profundo agradecimento aos amigos, colegas senadores, servidores do Senado Federal, mas sobretudo aos meus conterrâneos de Alagoas, disse Biu  

  O senador Benedito de Lira (PP/AL) ocupou a tribuna nesta segunda-feira, dia 13, para falar sobre a situação da saúde pública de Alagoas, que “vive o maior caos de sua história, com  hospitais lotados, sem infraestrutura, sem medicamentos, onde avultam rostos de pacientes combalidos pela miséria da fome e da saúde e torturados pela desassistência absoluta”. Segundo o senador, a precariedade dos serviços públicos de saúde oferecidos em Alagoas tem várias causas. “Há problemas de infraestrutura, há carência de insumos, há déficit de pessoal e há, também, falta de investimento estadual e federal. Mas talvez a causa mais grave dessa situação calamitosa seja a má gestão do sistema público de saúde alagoano,” disse o parlamentar. Benedito de Lira se referiu à situação no interior do Estado. No Agreste alagoano, a ampliação da Unidade de Emergência, responsável por atender mais de 50 municípios, está prevista desde 2003, mas só saiu do papel há quatro anos, e a primeira fase ainda nem foi concluída. Em Santana do Ipanema, uma Unidade de Pronto Atendimento possui equipes médicas fantasmas, com estrutura física montada para receber verbas, mas não realiza nenhum atendimento[1]. Em Maceió, a situação é mais caótica, disse Benedito. Contou que o programa Fantástico, da TV Globo, mostrou recentemente os graves problemas em postos de saúde de Alagoas. As imagens mostraram a situação no posto de saúde no bairro do Canaã, conhecido como o Posto São José, mas que recebeu o apelido de Posto dos Milagres por estar funcionando numa dependência cedida pela Igreja. O Posto de Saúde do Salgadinho não escapou da ironia da reportagem, e foi descrito como o posto do faz-de-conta, sem Raio-X, sem mamografia e com metade dos médicos. O senador Benedito de Lira disse que Maceió vive duas realidades, constatadas por um estudo recente da ONU. Se de um lado, o bairro da Ponta Verde possui IDH comparável à Noruega, há de outra parte o Vale do Reginaldo onde o IDH fica no nível do Quênia. O senador sugeriu a adoção de cinco medidas que poderão minimizar as distorções. São elas:

·        especial atenção a programas e ações para a melhoria da assistência básica de saúde; ·        oferta de mais leitos hospitalares através da construção de novos hospitais e ampliação dos já existentes, e dos demais equipamentos de saúde do estado; ·        implantar a descentralização dos atos de gestão administrativa e autonomia operacional/financeira, através de efetiva regionalização da administração pública na área da saúde em todo o estado de Alagoas; ·        e, por fim, definir e implantar uma política de valorização salarial compatível com o exercício do trabalho realizado pelos integrantes do quadro funcional dos profissionais da área de saúde.