Renan retorna brando com governo

09/08/2015 00h12

renansenado122

Ao que parece o presidente do Senado, Renan Calheiros, voltou do recesso parlamentar mais “ameno” em suas relações com o Palácio do Planalto e diretamente com a presidente Dilma Rousseff, para desgosto e contrariedade do presidente da Câmara Eduardo Cunha. Renan que encerrou os trabalhos legislativos batendo forte no governo retorna com uma agenda branda e tem mantido encontros reservados com as maiores cabeças governistas em Brasília. Esta semana ofereceu um jantar ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy e lideranças do governo, oportunidade em que cobrou uma agenda de interesse do país, com começo, meio e fim. Estiveram presentes à reunião os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Walter Pinheiro (PT-BA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE). Os parlamentares conversaram com o ministro sobre as medidas econômicas de ajuste fiscal do governo e manifestaram o desejo de aperfeiçoar o ajuste com objetivo de criar uma agenda nacional mais ampla em prol do país. Renan disse: “Cobrei do ministro Levy uma agenda de interesse do país, com começo, meio e fim. Tenho feito críticas ao ajuste fiscal, é preciso ir além do ajuste fiscal, que nós tenhamos uma agenda que mobilize o interesse nacional em cima de eixos pré-definidos: mais infraestrutura, melhoria do ambiente de negócios, com apoio do investimento privado, e equilíbrio fiscal. Em torno destes três eixos nós poderemos fazer uma pauta e conversar com a sociedade. É esse rumo que nós precisamos para o Brasil. Temos que ter um fundamento para retomarmos o crescimento da economia. Não há como não apoiar uma agenda de interesse nacional”. Para Renan, um dos caminhos para o país é a reestruturação dos gastos públicos, diminuição do número de ministérios, corte de cargos em comissão, ou seja, uma verdadeira "reforma do Estado", segundo o presidente do Senado. Ele também informou que Levy concordou com a avaliação e disse que vai formatar essa agenda nacional, à qual sugeriu a inclusão do eixo social. Com essa reaproximação o prestígio e a força política de Renan ao que parece voltam com força total, contando que com o isolamento de Eduardo Cunha vai “reinar” sozinho no Congresso Nacional. Só que ninguém sabe onde isso vai dar.

Merenda fraudada

Vários gestores escolares estão sendo indiciados pela Polícia Federal e certamente terão que acertar contas com a justiça mais na frente. São casos de irregularidades na aquisição de merenda com farta comprovação de fraudes em licitações, superfaturamento e desvio de finalidades. Muitos desses gestores agiram de má fé, mas há também alguns que pecaram por desconhecimento da lei e do procedimento licitatório.

De quem é a culpa?

Para o chefe da AGU em Alagoas, José William Gomes da Silva, o erro está em deixar que a responsabilidade da compra e as licitações seja das escolas cujos dirigentes não possuem nenhum preparo para gerenciar esse tipo de atividade. Poucos conhecem a Lei de Licitações e muito menos os trâmites necessários à efetivação das contratações… “O Estado de Alagoas e a prefeitura de Maceió não realizam os processos licitatórios. Eles deixam tudo na mão dos gestores e isso acaba resultando em irregularidades, seja por falta de conhecimento ou má fé”.

Precisa preparar

Os poderes públicos (Estado e Prefeitura de Maceió) já foram advertidos pela AGU com relação a verbas federais usadas na compra de merendas, mas nunca houve a preocupação em preparar pessoal nas escolas para esses tipos de contratações. Já o superintendente da Polícia Federal no estado, Bernardo Gonçalves Torres é enfático ao afirmar: “O poder público não cria comissões de licitações para tratar das aquisições, sejam com verbas federais ou recursos próprios. Existe uma necessidade de qualificar esses gestores, mas não garante a lisura de um processo. A comissão apenas diminui a possibilidade de corrupção”.

Médicos de ouro

A prefeitura de Maceió divulgou uma lista com os salários dos médicos que “trabalham” no PAM Salgadinho e os valores causaram espanto geral. São esses profissionais que estão em greve por “melhores condições de trabalho”, quando deveriam estar mais preocupados com a falta de atendimento de miseráveis enquanto eles ganham em média 30 mil por poucas horas de trabalho e às vezes nenhuma. Com um salário desses deveriam trabalhar em tempo integral e dedicação exclusiva, mas ao contrário usam a atividade como “bico”. O prefeito Rui Palmeira não está nada satisfeito com essa situação e promete agir com rigor. É assim que se faz.

Descaso do governo

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) lamentou que o país comece a se acostumar a aplaudir fatos ruins, como a prisão do ex-ministro José Dirceu, e não mais conquistas do povo brasileiro. E isso, na opinião dele, acontece por causa do descaso do governo com a economia e com o combate à corrupção. Paulo Bauer afirmou que a oposição está aberta ao diálogo, desde que o governo faça a sua parte e passe a dar mais transparência aos seus atos. “Sem o diálogo, não chegaremos a lugar nenhum. A oposição vai cumprir o seu papel de oposição. Nós não queremos ser adesistas, não queremos favores do governo, não queremos benefício nenhum. Nós vamos buscar a oportunidade de governar nas urnas. Nós queremos que exista a ética, que exista a governabilidade, que exista a ação administrativa do poder público voltada para os interesses nacionais e para a população brasileira”.

Pode ter sido “armação”

Segundo informação que saiu na coluna de Cláudio Humberto publicada em vários jornais, policiais paulistas não acreditam que houve mesmo um “atentado a bomba” na sede do Instituto Lula e apuram inclusive se tudo não passou de “armação” de petistas para desviar a atenção da Lava Jato e das manifestações marcadas para o próximo dia 16, em todo o País, contra o governo Dilma. “Não podemos descartar nenhuma hipótese”, advertiu um dos delegados envolvidos na investigação. Policiais desconfiam da bomba, caseira; do local, na calçada; e do horário do suposto atentado: nessa hora já não havia ninguém no Instituto. Em março, véspera de outra mobilização nacional contra o governo Dilma, houve “atentado” semelhante à sede do PT em Jundiaí (SP).

Prefeitos de aluguel

Há aqui em Alagoas e não conheço em outro estado, a condenável prática de políticos buscarem a perpetuação no poder usando de artimanhas que por parecer legais afrontam a moralidade, agridem a cidadania e zombam da Justiça Eleitoral. A tática é mudar o domicilio eleitoral para um município vizinho, onde angariou prestígio à custa de dinheiro e negócios suspeitos ou indicar um parente para “cumprir a missão”. O TRE precisa e deve estar de olho nesses sabidões que não podem viver sem uma prefeitura para “mamar”.

Americanos deixam Alagoas

Um grupo de vinte estudantes americanos da Northeasten University, com sede em Boston, Estado de Massachusettes (EUA) deixou Alagoas na última quarta feira após 30 dias tendo aulas de português e conhecendo nossa cultura, história, política, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. No final do programa cada estudante apresentou um trabalho sobre tema de livre escolha dentro da programação aqui desenvolvida. Com algumas críticas a falta de limpeza de nossas praias, a deficiência de atendimentos nos serviços e a falta de informações do turismo levam uma boa imagem de Alagoas e apresentarão seus trabalhos na Universidade americana. No próximo ano o Instituto Cidadão – entidade coordenadora do programa – deverá receber nova turma de universitários.

O protesto de Olavo

Repercutiram bem as declarações do deputado Olavo Calheiros que contestou a desnecessária e inadmissível criação de 120 cargos comissionados na desgastada Assembleia Legislativa numa afronta à situação de exposição à qual vive o Poder Legislativo. O parlamentar foi além e também criticou a cessão pelo Tribunal de Contas de vários servidores efetivos para a Assembleia a pedido do presidente Luiz Dantas. Disse Olavo que “A Assembleia virou depósito de funcionários que não querem trabalhar. Não bastassem os servidores daqui que não trabalham”. Em tempo: os servidores cedidos pelo Tribunal de Contas em sua maioria saíram porque não compareciam ao trabalho, mas recebiam seus salários. Negócios da pobre política alagoana.