Depois das manifestações o que acontecerá? Absolutamente nada!

23/08/2015 05h05

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Embora concorde com a opinião do ex-presidente Fernando Henrique que publico no final deste comentário tenho a convicção de que a presidente Dilma não sairá do cargo nem por impeachment e muito menos por renúncia. As ultimas manifestações com milhares de pessoas nas ruas gritando “fora Dilma”, “fora PT”, “fora corruptos” mostraram um bonito e colorido espetáculo de democracia madura e indignação com os rumos da política e o sujo papel dos políticos brasileiros, mas tudo não passará de uma “festa cívica”. Passados mais uns dias tudo ficará na lembrança e terminará por cair no esquecimento. Na verdade falta-nos o correr nas veias do sangue portenho da Argentina ou a ascendência europeia e ameríndia dos chilenos. Em situação semelhante nos dois países vizinhos os governantes já estariam na rua, expulsos de seus palácios, fugidos ou presos. Mas infelizmente aqui é assim: é o país que temos, mas não é com certeza o que merecemos. Há a coragem emblemática de figuras como o juiz Sérgio Moro que entrega sua vida a serviço da moralização nacional, mas encontra obstáculos intransponíveis no próprio Judiciário, que se apequena por alguns de seus membros diante de uma nação decepcionada. Assistimos aos “negócios” tratados nos corredores do Congresso Nacional, no Tribunal Superior Eleitoral, no Tribunal de Contas da União e no próprio Superior Tribunal Federal, na busca de salvar “cabeças corruptas” e almas carcomidas pela improbidade e falta de caráter. Com a sorrateira desculpa de “salvar o Brasil”, muitos ou quase todos buscam apenas a própria salvação, a negociação de seus crimes em troca de sustentar um governo putrefato levando o país ao fundo do poço e o povo brasileira à mais absoluta humilhação diante do mundo. Ai estamos nós com uma inflação galopante, juros estratosféricos, tarifas públicas impagáveis, sem segurança educação e saúde. Falta-nos dignidade. Acreditar em mudanças? Como? Se ficarão os mesmos nos mesmos postos com as mesmas mentiras. A quadrilha apenas vai se organizar melhor, talvez mudar o “modus operandi” e depois de todos “salvos da guilhotina” tudo continua como dantes, pois ainda tem muito dinheiro para se roubar. Uma pena: a operação do juiz Moro vai lavar uma parte, mas não vai dar o polimento. Deus permita que eu esteja errado.

O que disse Fernando Henrique

"O mais significativo das manifestações é a persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo. [...] A presidente, mesmo que pessoalmente possa se salvaguardar, sofre contaminação dos malfeitos de seu patrono e vai perdendo condições de governar. A esta altura, os conchavos de cúpula só aumentam a reação popular negativa e não devolvem legitimidade ao governo, isto é, a aceitação de seu direito de mandar, de conduzir. Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e saber apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lava jato

E os políticos?

Enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) prepara as primeiras denúncias contra parlamentares, o juiz federal Sérgio Moro já condenou cerca de um quinto dos acusados de envolvimento no esquema de desvios da Petrobras. Desde o início da operação, em março do ano passado, Moro aceitou denúncia contra 143 pessoas por crimes como corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação à organização criminosa. Dessas, 33 (23% do total) já foram condenadas em primeira instância pelo juiz. Nesse período, os investigadores da força-tarefa conseguiram recuperar R$ 870 milhões desviados da estatal por meio de contratos fraudulentos. Resta uma pergunta: quando os políticos corruptos começarão a ser condenados? E serão condenados?

Alguém pra chamar de seu

Bem que o PSB tentou cooptar o passe do prefeito Rui Palmeira para as próximas eleições, mas o alcaide pensou bem e resolveu continuar no ninho tucano, mesmo com alguns incômodos. Sabe que sua candidatura a reeleição não depende em nada dos caciques locais do PSDB, como nunca dependeu. Mas vislumbra a flerta com prováveis boas alianças o que lhe poderá garantir enfrentar e ganhar a parada. Rejeitado por Rui o PSB tenta se aproximar do ex-prefeito Cicero Almeida, que nem sabe se vai ou pra onde vai. E se for vai se ferrar.

Complicando Janot

Ninguém imagine que a aprovação da renovação do mandato do procurador chefe da PGR, Rodrigo Janot, será um mar de rosas. É muito provável sua escolha, pois assim o quer o senador Renan Calheiros e a presidente Dilma, mas será exposta no decorrer uma grande pedra no caminho: o seu arqui-inimigo Fernando Collor. Na quarta feira Collor apresentou representação contendo mais de 100 páginas contestando a condição para ocupar o cargo. Pelo regimento do Senado, a presidência da Casa deve constituir, no prazo de 48h, uma comissão especial que deve opinar de acordo com o texto da representação. Em seguida, observando o rito e os procedimentos previstos, deve decidir quanto à necessidade de diligências para se investigar as irregularidades denunciadas e apresentadas pelo senador, fato que vai pelo menos retardar a escolha. "Resta claro que Janot, por sua conduta torpe, indigna e incompatível com a estatura do cargo que exerce, cometeu crime de responsabilidade previsto em lei. Portanto, essa representação é no sentido de o Senado da República adotar as providências para aplicação das sanções e reprimendas legais e cabíveis", disse um irado Collor.

Agir com rigor

A Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente tem agido com rigor e eficiência no combate a ilegalidades cometidas em agressão às normas ambientais. Um dos principais fatores são os lançamentos impróprios de resíduos poluentes. Vários grandes estabelecimentos já foram fechados e multados e resultados estão sendo cobrados desses porcalhões. A medida merece aplauso, principalmente para mostrar aos “poderosos” que aqui há lei. Aproveitando seria bom que a fiscalização de Vigilância Sanitária desse um passeio nos sanitários dos diversos supermercados de Maceió. Por favor, levem máscaras.

Não sabia que não podia

O deputado Galba Novaes deu uma tremenda pisada de bola ao apresentar um tresloucado projeto de lei na Assembleia Legislativa emancipando de Maceió o bairro do Taboleiro do Martins, criando o município de “Planalto da Fraternidade”. A medida foi recebida como estapafúrdia e demagógica. Não há cabimento para criação de municípios que vão apenas gerar despesas, cabides de empregos e mais políticos da pior qualidade. Por outro lado a Assembleia não cabe legislar sobre criação de municípios, que é uma prerrogativa do Congresso Nacional. Vamos ler um pouco mais deputado, para não falar e fazer bobagens.

Um corregedor e tanto

O Tribunal de Contas escolheu pelo voto de seus conselheiros esta semana o novo corregedor que vai ocupar o lugar vago com a aposentadoria de Luiz Eustáquio Toledo. A eleição que foi disputada por dois nomes recaiu no menos indicado para função, o conselheiro Cicero Amélio. Com vários processos, alguns por improbidade, pendentes. Um destes de autoria do próprio Ministério Público de Contas, outro por um seu colega de plenário, conselheiro Anselmo Brito, que com ele concorreu ao cargo. Não tenho confirmação, mas se comenta que o presidente Otávio Lessa não gostou nada da escolha. Tudo isto é o resultado da política misturada com o Tribunal de Contas. Quando isto vai acabar?

Brasil inseguro

A cada dez minutos um brasileiro morre por homicídio doloso. As vítimas são, em sua maioria, jovens de 15 a 29 anos, negros e pobres. Trata-se da perpetuação de uma lógica racista e herdeira do período escravagista. Além disso, uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que pelo menos cinco pessoas morrem por dia em confrontos com a polícia - instituição vista com desconfiança por 70% dos brasileiros, enquanto na Inglaterra 82% da população confiam na polícia, segundo a mesma pesquisa. Os dados foram apresentados pelo promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios Thiago Pierobom e pelo coronel Ibis Silva Pereira, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, durante depoimento à CPI do Assassinato de Jovens.