Governadores encabeçado por Renan Filho adotam CPMF

17/09/2015 09h09
governadores cmpf.
De olho na engorda dos seus caixas também, governadores de oito Estados defenderam, ontem, em Brasília, depois de uma longa reunião, uma mordida maior na cobrança da CPMF do que a proposta de 0,2% feita pelo Governo Federal. Para eles, o imposto deveria ser divido entre União, Estados e Municípios – 0,2% ficariam com a União e 0,18% para Estados e Municípios.
É bom destacar, que o governador Renan Filho(PMDB) é um dos líderes do movimento e os demais responsáveis pela proposta os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ), Rui Costa (BA), Waldez Góes (AP), Camilo Santana (CE), Belivaldo Chagas (em exercício, SE), Marcelo Miranda (TO), Wellington Dias (PI) e a vice-governadora Nazareth Araújo (AC).
Renan Filho (PMDB), defendeu que Estados e Municípios participem do debate sobre a CPMF. "O que falamos é que os governadores têm que ser inseridos no debate. A crise é uma crise de um País como um todo”, afirmou. A iniciativa dos governadores, que estiveram no Senado e na Câmara, não encontrou guarida por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Após conversar com parlamentares e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), argumentou que os Estados vivem uma crise terrível e precisam de mais receitas.
"Acho que dificilmente algum governador não precise desses recursos, tanto para a Previdência quanto para a saúde. E os municípios também precisam muito. Temos prefeituras fechadas. A gente quer ter essa chance. A Previdência é um gargalo de todos os governos estaduais", disse Pezão.
Pela proposta inicial, os recursos iriam somente para a União e serviriam para suprir gastos com a Previdência Social. O novo imposto precisa ser instituído com a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC, que o Planalto deverá enviar ao Congresso na próxima semana. Na reunião com governadores, a presidente sugeriu que eles procurassem suas bancadas para propor um aumento na alíquota e o compartilhamento dos recursos.
Pezão afirmou que Cunha disse ser contra a proposta de recriar o imposto sobre movimentações financeiras, mas prometeu não "atrapalhar" a tramitação da proposta. "Ele é contra. Colocou isso nitidamente ali, mas disse que não vai atrapalhar o pleito. Todos nós fizemos um apelo a ele para colocar em votação", afirmou o governador carioca.
Para o governador da Bahia, Rui Costa (PT), a proposta de recriar a CPMF é uma “saída negociada”, que deve ser articulada por governadores, prefeitos, senadores e deputados. “Nós precisamos encontrar uma solução de saída da crise. Entendemos que não podemos nós, brasileiros com cargos públicos, com responsabilidade pública, ficar apenas na negativa”, afirmou o governador baiano.
Eduardo Cunha classifica a cobrança de "perniciosa" e acusa o Governo de tentar "dividir a derrota" da aprovação dela com os governadores. No entanto, segundo ele, o efeito prático da estratégia do Executivo de pedir a participação dos governadores será nulo. "O Governo está tentando dividir a derrota com os govenadores, jogando os governadores aqui para fazer o papel que o governo não consegue fazer, porque não tem uma base articulada. O efeito prático é nenhum, porque isso não vai mudar a votação por essa motivação", afirmou.
Para Cunha, não cabe ao Congresso resolver o problema do déficit no Orçamento. "Ele pode buscar aqui aumento de arrecadação no Congresso e propor, mas nós não temos a obrigação de resolver o déficit do governo. O governo tem que resolver o seu déficit."
Para ele, o Governo está "fadado a uma derrota fragorosa".
NA BERLINDA– A seus interlocutores mais próximos, a presidente Dilma já dá sinais de que deverá substituir o ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante, por alguém de perfil técnico – tal como funcionou no Governo Lula quando ela própria assumiu o cargo. A ideia é não esbarrar nas atividades da nova articulação que será comandada por Ricardo Berzoini, que terá Giles Azevedo como número dois da função. Embora faça questão de demonstrar seu apoio a Mercadante, Dilma passou a reconhecer o desgaste do ministro junto ao mundo político.