Primavera de Museus: exposição sobre povos indígenas segue na Pierre Chalita

28/09/2015 00h12

primavera evangelica.A 9ª Primavera de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus em todo o país, segue na Fundação Pierre Chalita, em Jaraguá, com 22 obras de artistas visuais. A exposição “Cor, imagem e memória: um banquete antropofágico” na Funchalita, dentro do tema do Ibram abrindo espaço por meio da arte sobre as memórias indígenas, retrata a natureza, a cultura, o respeito e o descaso com os índios.

Em cada obra, como descreve Morgana Duarte, arquiteta e curadora da exposição, “as cores se mesclam gritando por justiça ou elevando a força visual da nossa herança indígena. Através dela, a cor, exprimem-se sentimentos e emoções, questiona-se quem é de fato o herói ou o antropófago, o conquistador ou o devastador. Os artistas percorrem a história ditada, retratando-a ou interrogando-a em suas telas, desenhos, esculturas e instalações”.

Já a memória, na visão da arquiteta, “nos remonta ao nosso próprio eu miscigenado, a consciência extravasada não apenas na pele, mas na alma do brasileiro que tem raízes forte no branco, negro e índio, que se mesclam em sua criatividade, cor, língua, religião, música e culinária”.

Em sua obra “Cabeças Wassucocal”, feita em bico de pena, o arquiteto Raul Cleto retrata bem a realidade do povo indígena de uma das tribos mais conhecidas dos maceioenses: Wassu Cocal, da etnia Kariri, em Joaquim Gomes. O quadro traz à memória o grupo de toré, formado por seis homens e seis mulheres, que é muito conhecido por suas apresentações no dia do índio para o público que visitar a comunidade.

O quadro “Cocar do Toré”, técnica em tela com acrílico, da artista plástica Maria Cleto, mãe de Raul, também leva o espectador à região do Vale do Paraíba e Mundaú, em Joaquim Gomes, para conhecer os Wassu Cocal. A tribo possui 4 escolas, com quase 500 alunos e 16 professores, para ensinar a cultura indígena na comunidade, que deve estar hoje em torno de 2 mil pessoas.

A exposição foi aberta pela presidente da Fundação, Solange Chalita, na quarta-feira, 23, e pode ser vista até o final deste mês no Museu de Arte Brasileira, na Praça Manoel Duarte, 77, em Jaraguá. Neste sábado, o banquete antropofágico estará aberto das 8 às 11h30. Nos dias úteis, de segunda a sexta, o museu abre suas portas, também, no período da tarde, das 14 às 17h30 horas.