Sem Renan, Dilma estaria frita

19/11/2015 14h02

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Congresso mantém vetos presidenciais a projetos da "pauta-bomba"

A manutenção de vetos presidenciais a projetos que aumentam gastos públicos foi uma vitória importante do governo Dilma. É resultado de uma reorganização da base do governo após a reforma ministerial que levou Jaques Wagner para a Casa Civil e Ricardo Berzoini para a articulação política. O governo distribuiu cargos e verbas a aliados e conseguiu recuperar algum apoio em sua base parlamentar, que estava esfacelada. O lobby dos servidores do Poder Judiciário foi muito ativo nos últimos meses. Pressionou bastante, sobretudo os deputados. Por uma diferença de apenas seis votos, o governo manteve o veto da presidente Dilma Rousseff a um reajuste médio de 59,5% aos servidores do Judiciário. Dá para falar em vitória, sim. Mas é uma vitória apertada, que mostra que ainda existem dificuldades para aprovar projetos que exigem quórum mais alto. Revela algo fundamental: o governo tem grande dependência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Se o veto ao reajuste do Judiciário tivesse sido derrubado pelos deputados, caberia ao senadores mantê-lo. Está em curso uma retomada de consciência de deputados e, sobretudo, de senadores de que a irresponsabilidade fiscal do Congresso estava levando o país para o abismo. Nesta quarta, haverá votação de novos vetos, que deverão ser mantidos, enterrando mais projetos da chamada “pauta-bomba” que foram aprovados pela mistura da fraqueza do governo Dilma com a irresponsabilidade fiscal do Congresso, incluindo a oposição, que votou contra medidas que apoiou no passado, quando estava no poder.