Chá de cadeira: governadores do NE terão de esperar

02/03/2016 10h10

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Em encontro realizado ontem com o ministro da Fazenda, Nelson Barco bosa, os governadores do Nordeste saíram com um convite oficial para comparecer, na próxima sexta-feira, em Brasília, à reunião convocada pela presidente Dilma Rousseff (PT). A expectativa do grupo, entretanto, era de receber do ministro respostas mais concretas para questões importantes, a exemplo da renegociação da dívida dos estados com a União e definição de limites para novas operações de crédito.

“Mais uma vez não há respostas claras às demandas dos governadores. É importante dizer sim ou não ao longo deste mês”, observou o governador Paulo Câmara (PSB). Na avaliação dele, o governo federal mantém “uma indefinição” que não é benéfica para o país. “O tempo está passando e todos sabem que as operações de crédito exigem tempo e negociações complexas com as instituições financeiras”, ponderou.

Na reunião da próxima sexta-feira, agora com todos os governadores do país, a previsão é de que o governo federal avance no detalhamento das propostas.

Nos bastidores, no entanto, existe outra expectativa: a do anúncio de uma “suposta” ajuda aos estados, mas com a intenção de salvar o Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo (capital). Na reunião com o ministro, o único compromisso firmado com os governadores foi de a Fazenda estabelecer um equilíbrio entre os estados que serão beneficiados pela renegociação da dívida e aqueles que reivindicam a liberação de novas operações de crédito.

“Se essas operações tivessem avançado já em 2015 poderíamos estar numa situação menos dramática do que estamos agora, com os investimentos públicos ladeira abaixo”, observou Paulo Câmara. Os gestores cobraram ainda a promessa da presidente Dilma de liberar os empréstimos para obras hídricas, o que até hoje não aconteceu.