Compromisso com a verdade

15/04/2016 00h12

Como os bons mestres me ensinaram no inicio de minha atividade há mais de 40 anos, não sou governo nem oposição e já perdi algumas “amizades” por usar o mesmo critério quando um deles ocupa um cargo público. Sou literalmente contra a prática petista de governar e considero que o petismo foi um “câncer” que se implantou e destruiu a moral e a administração pública brasileira. Nem por isso tenho me posicionado contra tudo que venha do governo. Acho Lula um farsante, um marginal, mas não tenho a mesma opinião sobre a presidente Dilma Rousseff, longe de considera-la inocente.

Esta semana me impressionei com o ministro José Eduardo Cardoso em sua defesa da presidente na Câmara Federal. Seguro, corajoso deixou uma plateia calada e levantou questões que devem ser consideradas na decisão da comissão. Ao contrário dos acusadores Miguel Reale Junior e uma desequilibrada Janaina Paschoal, sua postura e argumentos prenderam a atenção de todo o plenário e assistência.

Anotei algumas ponderações do ministro com as quais concordo:

"O que é um golpe? É a ruptura da institucionalidade, golpe é o rompimento de uma Constituição, golpe é a negação do Estado de Direito. Não importa se ele é feito por armas, com canhões ou baionetas caladas, se ele é feito com o simples rasgar de uma Constituição, sem base fática – ele é golpe".

"O ato de abertura do processo de impeachment é viciado, portanto é nulo. Conforme fartamente documentado pela imprensa, a decisão do presidente Eduardo Cunha não visou o cumprimento da Constituição".

“O impeachment é uma situação de absoluta excepcionalidade, além de ser um procedimento jurídico, por isso, questões políticas não podem afastar a presidente”.

Não é Dilma que tem que sair. São todos.