Jurunas da modernidade

30/05/2016 19h07

A semana que passou começou recheada de novidades em Brasília. Lá com um gravador na mão qualquer cidadão pode fazer um estrago.

jurunaSerá que aprenderam com o deputado Juruna, indígena que na década de 80 ficou famoso por só aceitar conversar com os “brancos” se gravasse o diálogo?

Juruna acreditava que palavra de “branco” não tinha valor se não fosse gravada.

A diferença é que Juruna mostrava o gravador. Hoje, não!

Hoje, a gravação serve de moeda de troca em delações premiadas, onde a justiça bonifica bandidos que deduram os comparsas ou que no mínimo inventam estórias para prejudicar aqueles que estão atrapalhando o caminho dos interessados no poder.

Mas ficou a lição para quem combatia a corrupção (leia-se, os coxinhas) e colaborou em alçar ao poder tipos como Michel Temer e Romero Jucá, o ministro relâmpago que durou apenas 10 dias no cargo.

O que valeu toda a luta para colocar corruptos no Poder?:

Daí lembrei de uns trechos de um samba de Ataulfo Alves: "Pois é, falaram tanto...". E todos devem estar arrependidos hoje.

Percebe-se agora que a "maldade dessa gente é uma arte (...) e que Dilma Rousseff não merecia o destino infeliz.