A Capital da Cultura de Alagoas

30/10/2017 04h04

Tradicionalmente Palmeira dos Índios sempre foi considerada o maior celeiro cultural do estado. Sua produção literária de qualidade e com um número grande de escritores, poetas e trovadores a levou a receber o merecido titulo de “capital alagoana da cultura”. Muito embora nunca contasse com o apoio oficial o setor cresceu e se estabeleceu graças aos próprios escritores e intelectuais locais que buscaram fora o apoio ou mesmo bancaram as suas próprias obras. Com, esforço de um grupo de abnegados criou a sua Academia Palmeirense de Letras e Artes, que é o único órgão em atividade a divulgar e fazer existir uma programação cultural no município. Geralmente os prefeitos e políticos, por não entenderem de cultura ou por acreditar que cultura não dá votos, não dão apoio e alguns até atrapalham o importante papel dessa academia na vida cultural e na divulgação da cidade. Que seja reconhecido o apoio do prefeito Júlio Cezar e o seu entusiasmo que tem demonstrado nos diversos eixos de cultura, turismo e desenvolvimento de Palmeira dos Índios. Tem dado apoio institucional à Academia de Letras, apoiado movimentos culturais e esportivos e despertado a cidade para buscar crescer por suas tradições e vocações.

A Flipal acontece com êxito garantido Nascida da união de um grupo de escritores, jornalistas e intelectuais, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura começou na quarta feira a I Festa Literária de Palmeira dos Índios (FLIPAL) que vai até este sábado, Os resultados positivos já eram vistos desde sua abertura com a cidade em alvoroço, inteiramente voltada para o evento que vem oferecendo uma vasta e eclética programação para os palmeirenses e também o grande número de visitantes. Figuras de expressão nacional, artistas renomados, escritores desfilam pelo “corredor da cultura” dão autógrafos, conversam e participam de mesas literárias sempre com grande público presente.

Graciliano e Ivan Barros Os dois grandes homenageados durante a programação da FLIPAL são os escritores Graciliano Ramos, o emblemático ex-prefeito e autor de obras de fama internacional, algumas transformadas em filmes , considerado um dos mais lidos do país e o jornalista e escritor Ivan Barros, ainda em plena atividade literária, considerado o ícone da intelectualidade palmeirense, sobre o qual tive a honra de falar a entrevistar ontem ( quinta feira) por ocasião da realização de uma mesa literária assistida por numeroso e interessado público. Foi um momento de muita emoção para mim ter a oportunidade de participar da programação falando sobre a figura mais importante de nossa cultura contemporânea e por quem tenho grande admiração. Agradeço a oportunidade de viver momento tão significativo.

O curador Carlito Lima Costumo dizer que Festa Literária sem Carlito Lima, pode até ser festa, mas não é “literária”. E foi justamente ele que “construiu”, como curador, a Festa Literária de Palmeira dos Índios, com o apoio da secretária de Cultura, escritora Isvânia Marques e vários colaboradores locais, Carlito Lima é hoje figura de expressão internacional na experiência e participação em eventos culturais por vários países. No Brasil tem participado ativamente de diversas festas como convidado especial. Foi o criador da festa literária de Marechal Deodoro, Pontal da Barra e já trabalha em vários projetos para outras cidades. Com certeza será o grande laureado ao final da FLIPAL e na sua inquietude característica já deve começar a trabalhar para o sucesso dobrado no próximo ano.