Um país sem rumo e sem prumo

05/03/2018 15h03

(BRASÍLIA) A disputa eleitoral que se aproxima com certeza trará lances inimagináveis ao eleitor diante do cenário que hoje se apresenta e a multiplicidade de candidatos ao cargo de presidente da República. Com certeza vai ter nomes para todos os gostos com um provável embate final entre as utopias hipócritas da direita e esquerda. Esse cenário pode mudar caso seja confirmada a inelegibilidade de Lula, com sua condenação definitiva e prisão. Ai teremos pelos indicadores, um previsível “direita x direita”. À medida que as eleições se aproximam, o número de pré-candidatos à Presidência aumenta - já são ao menos 19 nomes. Apesar de as projeções indicarem uma disputa com muitos candidatos, o cenário está, até o momento, tão aberto que dificulta até mesmo antecipar quais deles de fato estarão nas urnas.

No entanto, todos os que aparecem nas pesquisas de intenção de votos ou que já anunciaram a intenção de disputar o pleito têm importantes obstáculos a superar até o início da campanha, marcada para começar em agosto. Pendências na Justiça, disputas partidárias internas, tempo escasso de propaganda no rádio e na televisão, alta rejeição ou falta de popularidade e impedimento para participar de debates são alguns dos desafios que os postulantes à Presidência e seus respectivos partidos precisam driblar.

Para participar de debates na TV, por sua vez, o candidato precisa estar filiado a um partido com mais de cinco congressistas. Por isso, muitas bancadas apostam na janela de 30 dias, aberta desde ontem (primeiro de março) por trinta dias, para a troca de legenda de políticos que queiram se candidatar sem o risco da perda do mandato em curso.

Tem candidato para todos os gostos do eleitorado, muito embora não se encontre nenhuma motivação em todas as camadas da sociedade civil, indignada com a avalanche de ações de corrupção que assolou o país a partir da Operação Lava Jato. Talvez tenhamos uma eleição para presidente com o maior número de votos nulos ou em branco da história política do país. Sem o ex-presidente Lula na disputa – como o que tudo indica vai acontecer – o percentual dos que imaginam votar nulo ou em branco, que já é expressivo, salta mais de dez pontos segundo apuração do jornal Folha de São Paulo.

O resultado reflete a crise que vive a democracia brasileira. Esse quadro – pasmem – triplica quando a pesquisa atinge os estados do Nordeste, em um cenário com Lula condenado e preso.

O que pode acontecer é impossível uma previsão segura, mas com todas as letras isso não vai acabar bem. Não se pode ter dúvidas: o  Brasil é um país sem rumo e sem prumo.