As fábricas de dinheiro

09/04/2018 02h02

Nos últimos anos a proliferação de escolas de ensino superior em Alagoas tem chamado a atenção pelo excessivo volume. São dezenas delas ofertando cursos nas mais variadas atividades profissionais e o mais grave, com péssimas condições de ensino. Acontece que o segmento se transformou num atrativo e lucrativo comércio de formação precária e de duvidosos resultados. Basta ver o impressionante crescimento apenas no setor imobiliário mostrado pela Fundação Jaime de Altavilla (CESMAC) que é hoje uma das mais ricas instituições particulares de Maceió, dona de um patrimônio que reúne prédios suntuosos, ruas inteiras de imóveis de sua propriedade, além de outros em muitos municípios do interior onde se instalaram com a oferta de cursos universitários. Por ser uma “fundação” recebe vários benefícios fiscais e institucionais, muito embora tenha uma ação meramente comercial não se diferenciando das demais com o intuito mercantilista. É uma Fundação de Direito Público e deveria ser fiscalizada não só pelo Ministério Público, mas por outros órgãos de Controle Externo, mas isto não acontece , permitindo que sua administração haja da maneira que desejar. Faltam transparências administrativa e financeira, o que fere a legislação que os rege.

Por outro lado a maioria dessas instituições de ensino superior particulares, instaladas no estado, oferecem um ensino precário e uma formação profissional muito aquém do desejado e exigido pelo Ministério da Educação. Virou um “bom negócio” e muito atrativo para quem quer ganhar muito dinheiro sem grandes investimentos. Somos um dos piores no ensino superior do país, mas as “faculdades” não param de chegar e fazer crescer esse monumental volume movido por verdadeiras “fábricas de dinheiro”.