Contaminação do mar e lagoas (A gravidade que ameaça a população)

24/10/2019 12h12

Desde o dia 30 de agosto uma grande mancha supostamente de óleo invadiu as praias do Nordeste brasileiro, deixando a população curiosa e também temerosa em função do desconhecimento das consequências que podem vir, causadas  pelo acontecimento. O governo federal negligenciou e só veio tomar alguma providência quando praticamente todas as praias da região foram atingidas pela tragédia ecológica e passados todo esse tempo ainda não deu uma resposta efetiva de qual foi a causa do acidente se foi criminoso ou mesmo a origem. São uns incompetentes não levando a sério o que vai assustando e preocupando biólogos, oceanográficos e profissionais do setor do meio ambiente nacional.

Sem esperar pelo governo federal ou estaduais as populações começaram a formar brigadas de voluntários para assumir o trabalho de limpeza das praias contaminadas, um trabalho gigantesco, porém sem muito resultado prático. Mesmo quando, para os olhos, parece limpo, o risco pode seguir oculto por muitos anos.

"Essas substâncias contaminam todos os organismos do ambiente e isso facilmente cai na cadeia alimentar. Um pequeno peixe, por exemplo, pode comer algo que esteja contaminado. Isso entra na cadeia até chegar no peixe que consumimos", alerta a bióloga  Thevenin, criadora do perfil Oceano para Leigos, no Instagram.

Nos noves Estados do Nordeste, já são 200 localidades atingidas pelo óleo, de acordo com a atualização feita no sábado (19) pelo IBAMA.

Oceanógrafos, químicos e autoridades estaduais têm se declarado preocupados com as consequências futuras do desastre.

Até chegar ali, o óleo já havia deixado um rastro tóxico por milhares de quilômetros e atingido os mangues e corais dessa região em uma etapa mais avançada de degradação — um tipo de contaminação que é mais difícil de ser limpa e que permanecerá durante anos no meio ambiente, segundo os especialistas.

O petróleo cru, ainda que seja altamente tóxico, é uma substância orgânica. Dessa forma, ele pode ser degradado através de fatores naturais, como a rebentação das ondas (que dispersam o material), a irradiação solar (que evapora determinados componentes) e até mesmo bactérias que se alimentam do carbono contido no material. O problema, nesse caso, é o tempo.

"A degradação natural é extremamente lenta. A depender do ambiente, leva décadas. Em áreas onde já ocorreram derrames, temos análises feitas anos depois do episódio e ainda assim é detectada a toxicidade. Por isso seria importante evitar que esse óleo chegasse na costa", diz Carine Santana Silva, que é oceanógrafa, pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em petróleo e meio ambiente.