Quando Chico não é Francisco

21/07/2020 08h08

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu conceder prisão domiciliar ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB). A decisão foi tomada no fim da noite de 3ª feira  pelo ministro presidente da Corte, Dias Toffoli. A defesa diz que o motivo do pedido foi o estado de saúde de Geddel. O ex-ministro tem 61 anos e é hipertenso. Por isso, estaria no grupo mais vulnerável à pandemia de covid-19. O teste de Geddel deu positivo para a doença. Mas a contraprova deu negativo. Mesmo assim a decisão foi mantida. Só para lembrar Geddel é aquele em cujo apartamento a Polícia Federal encontrou malas com 51 milhões roubados do dinheiro público.

“Como se sabe zelar pela segurança pessoal, física e psíquica dos detentos, constitui dever inafastável do Estado”, escreveu Toffoli na decisão.

Já o também ex-deputado Nelson Meurer não teve essa sorte. O mesmo Supremo que protegeu Geddel, não concedeu a ele o benefício. Morreu de Covid 19, na prisão. O ministro Edson Fachin, veio a público apresentar os pêsames e pedir desculpas à família. Tarde demais.

nota pública do ministro Edson Fachin, para desejar pêsames à família e explicar a decisão de manter na prisão foi vista como “manifestação de arrependimento” pela família do parlamentar.

Meurer era cardiopata, diabético, hipertenso e renal crônico. Depois do início da pandemia, o advogado Michel Saliba pediu que ele fosse para prisão domiciliar. Fachin negou.

A defesa diz que “a família, por ser cristã, acredita nos pêsames do ministro Fachin como uma manifestação de arrependimento e claro sentimento de correlação entre a sua decisão e a morte do réu”.