Sinteal repudia anúncio de secretário sobre volta às aulas em AL

07/12/2020 15h03
Na última quinta-feira, 03, o secretário de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), Alexandre Ayres, em entrevista coletiva à imprensa, explicou que o retorno das aulas presenciais do ensino público e particular em Alagoas deve ocorrer no início de 2021.
Ayres afirmou ainda que  um cronograma deve ser apresentado pelo governador Renan Filho (MDB), já que Alagoas está na fase azul do distanciamento social, onde as aulas para crianças e adolescentes estão suspensas.
Porém, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) se manifestou contrário à iniciativa do gestor da Sesau.
De acordo com nota enviada ao Blog Kléverson Levy, não houve com a comunidade escolar e, principalmente, os profissionais que serão expostos aos riscos de pegarem Covid-19.
"Estamos sofrendo muito com esse formato de aula online desde o início da pandemia, sabemos que há prejuízos para todos. Mas nada justifica que governantes coloquem milhares de famílias em risco de contaminação. As notícias são alarmantes, estamos vendo os hospitais lotando, a pandemia que tinha estabilizado voltando a subir de forma muito rápida. Serão feitas testagens  em massa nos trabalhadores e estudantes? Não dá pra estar aglomerando pessoas em salas de aula sem fazer testagem", criticou Consuelo Correia, presidenta do Sinteal.
Segundo Consuelo, o Sindicato se reuniu - na semana passada - com o secretário de Estado da Educação e esse plano de retomada - anunciado por Alexandre Ayres - sequer foi mencionado.
"Ainda estamos preocupadas com a questão pedagógica de 2020, que está sem definições. Na rede estadual, por exemplo, foi um ano difícil, que os educadores trabalharam mais e em piores condições que o normal, mas mesmo assim ainda não se sabe como será finalizado. Foram mudanças de plataforma, alunos com dificuldade de acesso, entre outros problemas", reforçou a presidente.
Correia disse também que o anúncio feito dessa forma pelo secretário de saúde, e não pelo secretário da educação, trouxe ainda mais dúvidas.
"Como foi discutido o protocolo? Será viável do ponto de vista pedagógico o formato que a saúde pensou? Quais as condições reais nas escolas, na estrutura que temos? As pessoas receberão treinamento, ou vai ser como o ensino online, que cada trabalhador teve que se virar e tirar da própria estrutura para manter o trabalho?".
Por fim, Consuelo questionou ainda as razões do Governo do Estado.
"Por que essa precipitação de anunciar na imprensa sem antes discutir com a parte interessada? Por que dar uma data tão próxima em tempo de tanta incerteza? Quem vai se responsabilizar pelas milhares de vidas que estarão em risco, que já entraram em pânico desde ontem ao saber dessa forma?. Não precisamos passar por isso, esperamos que o Governo de Alagoas repense. A centralidade nesse momento é garantir a vida das pessoas, e não o calendário. Calendário a gente recupera, ano letivo se recupera. Tem prejuízo sim, mas a gente pode buscar outro formato e ir recuperando isso", finalizou Consuelo Correia.
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