E aí, vai de pudim ou brigadeiro?

01/02/2021 06h06

Uma ampla reportagem publicada esta semana em vários veículos da imprensa brasileira, mostrou que o governo federal gastou R$ 1,8 bilhão em alimentos durante o ano de 2020. Com uma ampla relação de artigos alimentícios de luxo e em quantidade incompatível com o consumo, o assunto chamou a atenção nas redes sociais.

A notícia caiu como uma bomba, principalmente no exato momento em se denuncia o governo Bolsonaro pelo desmonte das políticas de segurança alimentar e nutricional e soberania alimentar. Nesse sentido, esse desmonte vai ao encontro do agravamento das condições de vida da população pobre, que ficou completamente desprovida de assistência, gerando, assim, um quadro de crescimento da pobreza e abandono",

Não é preciso esforço para se perceber que “o dinheiro gasto nas referidas compras não guarda sintonia com a natureza, nem tampouco com a quantidade de pessoas que porventura consumirão os produtos, o que indica ocorrência de prática criminosa “, ressalta uma liderança política aliada do governo. Ciro Gomes, a maior liderança nacional do PDT declarou: “Já entramos com a ação no Supremo Tribunal Federal pedindo investigação sobre os gastos absurdos de Bolsonaro. Leite condensado aos milhões enquanto falta oxigênio? Que os responsáveis sejam punidos!

O deputado David Miranda (PSOL-RJ) protocolou uma ação pedindo que o procurador-geral da República, Augusto Aras, investigue o absurdo gasto. O parlamentar solicita que o órgão apure o ocorrido e responsabilize o presidente Jair Bolsonaro. A ação também é assinada pelas deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Vivi Reis (PSOL-PA) e vários outros, inclusive alguns da base do governo.

"Bolsonaro gastou mais de R$ 1 bilhão 800 milhões de reais em mercado. Isso só em 2020. O Brasil não estava quebrado? Quantos cilindros de oxigênio esse valor compraria? Isso é lavagem? Superfaturamento?", questiona o deputado.

A lista de compras é de espantar. Também há R$ 5 milhões na compra de uvas passas, R$ 1 milhão em alfafa, R$ 15 milhões em açúcar, R$ 16,5 milhões em batata frita embalada e R$ 14,8 milhões em temperos.

Enquanto isso a gestão Bolsonaro realiza um conjunto de fatores desastrosos que vão desde a ineficiência do governo federal no enfrentamento das crises ora instaladas, passando pelo aumento do desemprego e cortes de orçamento da agricultura familiar, até as políticas neoliberais e ultra neoliberais fomentadas pelo Ministério da Economia que geram o crescimento da pobreza e da extrema pobreza de forma acelerada.

"Tal situação de caos e fome, aliada à atual crise sanitária decorrente da Covid-19, evidencia mais ainda o grau de desigualdade, o grau absurdo de pobreza e falta de condições da população trabalhadora de viver uma vida digna”, ressalta Miranda.