A queda de um “quase mito”

12/03/2021 21h09

Eu escrevi que Moro nada mais era que um juiz no cumprimento de seu dever, Renan Calheiros disse que ele era um “transgressor”. Renan estava certo.

Desde o início da Operação Lava Jato sempre fiz críticas ao “modus operandi” de procuradores e magistrados que estavam à frente da maior caça aos agentes da corrupção no país.

Muitas vezes fui alvo de críticas e insultos por não aceitar a condição de “mito” que foi outorgada ao juiz de Curitiba, por ignorantes fanáticos. Vi sempre nos protagonistas da Lava Jato muito menos operadores do Direito e muito mais péssimos atores de circo mambembe, em busca de “flash” e notoriedade.

O lado positivo da Lava Jato: Não se pode negar os aspectos positivos da Lava Jato, desmantelando o maior escândalo de corrupção da história da política brasileira. Nunca se imaginou ministros, governadores, senadores, deputados e os mais poderosos empresários presos e condenados. Bilhões dos cofres públicos recuperados, patrimônios bilionários sequestrados, mas em contrapartida pagamos um altíssimo preço, cuja conta vai demorar muito para fechar.

Percebe-se agora, depois de rompidos os segredos nas entranhas das conversas telefônicas entre os procuradores da operação e o juiz Sérgio Moro a podridão que sempre esteve presente em todos os movimentos, que não buscaram salvar o país da corrupção, mas a construção de um projeto de poder calcado na mentira, nos excessos e na construção de provas fictícias. Agiram como bandidos quando prenderam sem investigar, condenaram sem provas e o pior: criaram uma “corrente do mal”, que influenciou muito nas eleições presidenciais de 2018.