O “distritão” é um modelo eleitoral na qual se elegem os mais votados no Estado. No caso de Alagoas, por exemplo, que é representado na Câmara por nove deputados, os candidatos que recebessem mais votos na eleição ficariam com as cadeiras.
O modelo atualmente em vigor é o proporcional, em que as cadeiras de deputados federais são distribuídas proporcionalmente à quantidade de votos recebida pelo candidato e pela legenda.
Esse mesmo "distritão" já foi votado e rejeitado duas vezes pelo plenário da Câmara dos Deputados, em 2015 e em 2017.
Desta vez, de forma marota, com a concordância do Presidente da Câmara dos Deputados estão pretendendo usar uma PEC de 2011 que, originalmente, trata apenas da proibição de realização de eleições em data próxima a feriado nacional. Os parlamentares, no entanto, querem discutir outros temas que também exigem mudanças na Constituição, como a definição de um novo sistema eleitoral e estão tentando incluir nessa PEC a adoção do chamado "distritão" – um sistema que enfraquece a representatividade dos partidos e favorece a eleição de políticos "celebridades e endinheirados”.
Sem maiores delongas vou apresentar um dado que aponta que novamente essa idéia é natimorta, pois em 2018 dos 513 deputados eleitos na Câmara, só 27 dependeram dos próprios votos para se eleger e os demais 486 deputados foram "puxados" para a Câmara com os votos dados aos partidos e aos demais candidatos.
O sistema atual possibilita o surgimento de novas lideranças que através de um partido político se organizam para juntos conseguir chegar perto ou atingir o coeficiente eleitoral e eleger parlamentares que em outras agremiações jamais se elegeriam, serviriam apenas como escada para os candidatos com mandato eletivo ou " endinheirados" se perpertuar no poder.
O dia em que for aprovado o distritão é melhor acabar com os partidos póliticos, pois o parlamentar não pode ser maior do que a legenda que ele integra.