Um presidente encurralado

09/05/2021 08h08
A CPI da COVID no Senado está apenas começando e como era previsível o pau está cantando nas costas do presidente Jair Bolsonaro. Daqui pra frente não será diferente pelo perfil traçado nas primeiras reuniões do colegiado  Presidente Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que considera que o presidente da República Jair Bolsonaro teve uma postura negacionista durante a pandemia de covid-19, e que tais atos serão passados a limpo durante a Comissão Parlamentar de Inquérito. “O presidente, desde o primeiro momento, foi negacionista – e todo mundo sabe disso". "[O presidente] estimulou aglomerações, achava equivocadamente que poderíamos sair dessa pandemia com a imunização de rebanho – e isso não aconteceu. Ao comentar o tratamento que tais atos receberão da comissão, Aziz evitou dar detalhes do que poderá ser feito no futuro. "Acho que os equívocos que foram cometidos precisam ser reavaliados e precisa ser feito uma autocrítica destes equívocos", ponderou. "Estes equívocos custaram ao Brasil muitas vidas." Já o relator, senador Renan Calheiros, avalia ampliar a lista de convocados para depor e até, se necessário, acareações entre ministros e membros do governo. Outros membros da Comissão começam a defender a necessidade de convocar alguns governadores. O nome de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, poderá ser incluído na lista, segundo alguns senadores. Fala Mandetta No depoimento prestado pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta aos membros da CPI da Covid ficou muito claro a omissão do presidente Jair Bolsonaro e o seu negacionismo diante da tragédia que já levou o país a contabilizar mais de 400 mil mortes. A impressão deixada na fala do depoente deixa clara, já de início, culpa de Bolsonaro em expandir a contaminação do vírus rapidamente. Mandetta apresentou uma carta encaminhada a Bolsonaro antes de sua saída do ministério, na qual alertava ao chefe em defesa do isolamento e outras medidas rebatidas pelo Planalto. “Era muito constrangedor para um ministro da Saúde explicar que o ministro da Saúde estava indo por um caminho e o presidente por outro”