A morte dos Seresteiros

28/06/2021 08h08
A cultura de Maceió, não bastasse o marasmo que a domina permanentemente, leva um baque de extrema gravidade com o fim das atividades de um de seus principais incentivadores, o grupo conhecido como “Seresteiros da Pitanguinha”. Responsável pela animação de grandes carnavais e muitas atividades festivas em nossa capital e ponto de reunião dos amantes da boa música, contribuiu imensamente para o brilhantismo das nossas atividades culturais de qualidade.  Sua diretoria fez publicar uma nota oficial, onde entre outras coisas diz: “enfim, sai de cena a Seresta da Pitanguinha, sem violões, cavaquinhos e percussão. Apenas seu estandarte faz evoluções provocadas pelo vento frio e forte da última caminhada. Pelas ruas da Pitanguinha, seus cantores acompanham o cortejo, mudos, em respeito aos milhares de mortos, vítimas deste mal tão devastador, que sufocou e matou também nossos sonhos”. As consequências da pandemia e o roubo de todos os seus instrumentos musicais, em sua sede, foram o golpe mortal para os Seresteiros da Pitanguinha. A coluna lamenta e presta uma homenagem aos dois ícones, que durante anos conduziram, com amor e muita dedicação o grupo cultural, os seresteiros chefes Emmanuel Fortes e Alfredo Gazzaneo, aos quais Alagoas muito deve.