O golpe de Arthur Lira

25/07/2021 08h08
Disse em recentemente que “Arthur Lira, só pensa em Arthur Lira” e nós alagoanos o conhecemos bem. Na política venceu por sua astúcia e enorme capacidade de articulação. Nasceu politicamente pelas mãos do pai, ex-senador e hoje prefeito da Barra de São Miguel (AL), Benedito de Lira, ganhou espaço próprio e hoje é o segundo na ordem sucessória da república, como presidente da Câmara dos Deputados, embora impedido de exercer o cargo de chefe da nação, por ser réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de crime de corrupção (coisas da vida pública brasileira), além de processado por sua ex-mulher, por violência doméstica (lei Maria da Penha), conquistou a principal liderança do Centrão, que o presidente Jair Bolsonaro “alugou” a preço superfaturado, para lhe dar sustentação no legislativo. O alagoano Arthur Lira tornou-se tão poderoso, que se acha capaz de dar um “golpe branco” para mudar o sistema de governo no país, propondo um esdruxulo e equivocado modelo a ser gestado por uma Emenda Constitucional, atropelando a própria Constituição Federal. Ele quer, na  verdade, criar um falso parlamentarismo, até porque o Brasil já adota um semipresidencialismo desde a promulgação da Constituição de 1988, quando conferiu atribuições ao Executivo e Legislativo que são típicas do parlamentarismo  A Constituição ainda dá poderes ao presidente para editar medidas provisórias, com força de lei e outras matérias eu podem ser modificadas pelo Parlamento. A atuação do presidente se assemelha a de um primeiro ministro, tendo que se entender com o Congresso desde o inicio do seu mandato, até o final, na busca de manter uma maioria que lhe garantirá a governabilidade. Temos aqui um presidencialismo de coalizão, que nada mais é que o semipresidencialismo.