Novo filme de Woody Allen "O Festival do Amor", estreia dia 6 de janeiro

03/01/2022 16h04

Com um elenco de peso, encabeçado por Wallace Shawn ('Jovem Sheldon'), Gina Gershon ('Riverdale'), Louis Garrel ('Adoráveis Mulheres') e Christoph Waltz ('Django Livre'), o longa traz uma história divertida e cheia de referências cinéfilas, como somente o diretor Woody Allen consegue fazer. O Festival do Amor será lançado pela Imagem Filmes e estreia em todo o Brasil no dia 6 de janeiro.

[caption id="attachment_595655" align="aligncenter" width="301"] Divulgação[/caption]

A comédia gira em torno de Mort Rifkin (Wallace Shawn) e sua esposa, Sue (Gina Gershon), que trabalha como assessora de diretores de cinema. Eles viajam para a Espanha para acompanhar o Festival de San Sebastián e, após deixarem-se envolver pelo charme e magia da cidade, Mort passa a desconfiar que Sue pode estar tendo um caso com um atraente diretor francês (Louis Garrel).

O 50º longa da carreira do diretor (certas fontes chegam a 57 títulos), que tem o roteiro também assinado por ele, homenageia suas maiores inspirações e relembra obras de grandes cineastas europeus, como os franceses Jean-Luc Godard François Truffaut (1932-1984), o italiano Federico Fellini (1920-1993), o sueco Ingmar Bergman (1918-2007) e o espanhol Luis Buñuel (1900-1983). O filme foi rodado na cidade espanhola de San Sebastián, que sedia um dos principais festivais de cinema na Europa.

Allen confessou que cresceu assistindo a filmes europeus, e por isso serviram de inspiração aqui. Uma das referências mais explícitas é ao clássico 'Um Homem e Uma Mulher' (1966), de Claude Lelouch. "É um desses filmes europeus que teve um impacto enorme numa geração de cineastas jovens nos Estados Unidos".

"Eu já estive no Festival de San Sebastián e me lembrei de como a cidade é linda, então decidi escrever uma história que se passasse lá", revelou Woody Allen a respeito da escolha da locação para o filme. Quando questionada a respeito de seu trabalho em O Festival do Amor, a atriz Gina Gerson definiu o projeto como "uma verdadeira carta de amor ao cinema". O filme, como não poderia ser diferente, abriu o Festival de San Sebastián deste ano.

“O Festival do Amor” integra uma série sucedida de filmes não-novaiorquinos de Wood Allen. Fase que começou quando o cinema-videogame, protagonizado por super-heróis movidos a efeitos especiais, transformou-se na força motriz da indústria norte-americana. Sem financiadores em seu país, o diretor de “Annie Hall” e “Manhattan” partiu para a Europa. Primeiro rumo a Londres, onde realizou “Match Point” (2005), um de seus melhores filmes, “Scoop – O Grande Furo” (2006) e “O Sonho de Cassandra” (2007).

No ano seguinte, produtores espanhois bancavam sua nova aventura no velho mundo: “Vicky Cristina Barcelona”, rodado na Catalunha (Barcelona, Avilés e Oviedo). Com o casal Penélope Cruz e Javier Bardem no elenco, o filme fez muito sucesso e despertou interesse de novos financiadores. Em 2011, outro estouro (nos padrões de Woody Allen): “À Meia-Noite em Paris”. Que tal arriscar-se na bela Itália? Lá foi o novaiorquino dirigir “Para Roma, com Amor” (2012). Não repetiu o êxito dos filmes anteriores.

Em crítica publicada em 31 de dezembro de 2021, o crítico Tom Leão do Jornal do Brasil, declarou que “O Festival do Amor” é uma delícia para cinéfilos e fãs do diretor. A lista de filmes de Rifkin, e seus comentários, são a voz do próprio Allen, que sempre foi fã do cinema de arte europeu (só abriu exceção na lista para o ‘Kane’, de Orson Welles). Se Allen não estivesse numa espécie de ‘lista negra’, o filme seria muito mais bem recebido do que foi. É bem melhor do que seus dois últimos, embora longe de seus grandes momentos.