Não pegou nada bem um vídeo gravado pelo nobre senador Rodrigo Cunha (UB) criticando o que – até por Lei – está obedecendo ao que preceitua o parágrafo 3º da Constituição Estadual e a Lei estadual nº 8.576/2022.

Isso está claro no edital de convocação, publicado no Diário Oficial Eletrônico do Poder, que estabelece as regras para a realização das eleições indiretas, no caso de vacância dos cargos, cabendo ao Legislativo realizar a eleição, por meio do voto dos deputados integrantes do Poder, em sessão extraordinária, no plenário da Casa de Tavares Bastos.

Porém, em sua fala que virou tom de blague nas rodas de conversas sobre política, o senador alagoano apontou para o ex-governador Renan Filho (MDB) afirmando que ‘ele deixou o cargo, abandonou o povo e fez um conchavo com a Assembleia para nomear um governador-tampão’.

Pura criação de algum assessor que achou que seria uma boa ideia o ‘chefe’ gravar este vídeo abaixo. O tiro saiu pela culatra.

Sem falar, claro, nas críticas que o parlamentar também faz ao senador Renan Calheiros, à Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) e ao deputado estadual Paulo Dantas, a quem chamou de “fantoche”, e ainda afirmou que “tudo isso está reunindo o que há de pior na política de Alagoas”.

Bem, senhor senador, não estou aqui para defender Calheiros, Dantas ou nenhum outro parlamentar. Mas, de fato, Vossa Excelência está usando de subterfúgios para dizer o que é provável com os fatos que ocorrem desde o começo deste mês.

Sai o ex-governador, que é candidato e cumpre o que determina a legislação; o presidente da ALE não assume para ser candidato em 2022 (tem todo direito); fica então o presidente do TJ-AL; e a ALE vai eleger o governador-tampão pela trâmite legal.

Por outro lado, o que não ficou claro foi o modo como o senador Cunha fala no vídeo ao usar palavras de ódio, raiva e desconstrução do que permanece – segundo a ALE – em acordo com o parágrafo 3º da Constituição Estadual e a Lei estadual nº 8.576/2022.

Deveria, portanto, mostrar mais serviço por Alagoas e tentar (re)conquistar os votos dos alagoanos que o elegeu como o senador mais votado em 2018. Afinal, muitos eleitores do próprio senador já estão “arrependidos de 2018” e, após a atuação do nobre parlamentar em Brasília, veremos o resultado de 2022.

Cara de bom moço e defensor (de quê?), não cola mais! Quer enganar quem?

Bem que vovó dizia, lá no passado: “boca fechada não entra mosquito”. O embate político de 2022 vai ser duro. Será?

É isto!

E viva a política em Alagoas!