Entrevista: candidato a ‘governador-tampão’, Luciano Fontes fala do cenário político em AL

30/04/2022 13h01

Há mais de quinze (15) anos atuando como bombeiro militar em Alagoas, Luciano Valdomiro Silva Fontes foi o primeiro a registrar a candidatura de ‘governador-tampão’ na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).

Rogers Tenório dos Santos, que também é bombeiro militar, foi o único e o primeiro – até hoje – que protocolou a candidatura de vice-governador na chapa com Luciano Fontes.

Ao Blog Kléverson Levy, o bombeiro militar falou da situação política local, judicialização da eleição indireta, política partidária no Brasil, avaliou o Governo de Renan Filho e explicou ianda sobre o que poderá fazer se escolhido como ‘tampão’ no Palácio República dos Palmares.

Confira a entrevista completa abaixo!!

1 – Como podemos definir ou avaliar Luciano Fontes?

Posso dizer que sou um cidadão comum, bombeiro militar, que levanta cedo todos os dias, trabalha, ganha a vida de forma honesta. Nada diferente dos milhares de outros alagoanos. Porém, sempre busquei estar antenado com as questões sociopolíticas e econômicas de Alagoas e, de certo modo, cansei de permanecer como mero espectador e resolvi me tornar agente de mudanças. Por isso, em 2018 lancei minha candidatura como deputado federal, obtendo cerca de 10 mil votos, que, infelizmente, não me levaram à vitória, mas que me possibilitaram conhecer mais de perto inúmeras maneiras de melhorar a vida dos alagoanos, como também, cidadãos comuns. Hoje, em 2022, percebo que há um cenário incerto no campo político de Alagoas, que clama por alguém diferente, que possa entender e atender às demandas da sociedade e que não esteja ligado às oligarquias que há tantas décadas governam nosso estado.

2 – O que te fez lançar uma candidatura diante do cenário em que admitem ter um vencedor, indicado pela ALE, que é o deputado estadual Paulo Dantas?

Mesmo compreendendo que se pareça tratar de um jogo de cartas marcadas, que tem como favorito o deputado Paulo Dantas, resolvi entrar na disputa para o Governo de Alagoas por entender a importância da participação popular na política e para conscientizar o povo alagoano de que a permanência das mesmas famílias no poder contribuiu e continuará contribuindo para que Alagoas permaneça estagnada. Apresentando um dos piores índices sociais do Brasil.

3 – Qual a sua avaliação na questão da ‘judicialização da eleição indireta’?

Quanto ao entendimento da legalidade ou não da eleição indireta para Governo de Alagoas, cabe à justiça decidir. Agora, de uma coisa eu tenho certeza, a ação ajuizada pelo Partido Social Brasileiro (PSB), do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senador Rodrigo Cunha, deixa bem claro que a disputa pelo poder em Alagoas não será fácil para o grupo dos Calheiros que apoia o deputado Paulo Dantas.

Rogers Tenório dos Santos, que também é bombeiro militar, protocolando a candidatura de vice / Fotos: Cortesia para o Blog

4 – No embróglio da eleição de ‘tampão’, na próxima segunda-feira, 02, o que dizer sobre essa ‘insegurança jurídica’ e a briga de Poder?

É importante citar que a decisão encontrada para este conflito seja voltada aos pilares da democracia, e que a sociedade não venha a ter prejuízos.

5 – No hipotético ‘governo-tampão, em torno de sete meses de gestão, o que você e seu vice pretendem oferecer de benefícios à população alagoana?

Em primeiro lugar, transparência é algo que não vimos no governo Renan Filho. Como exemplo simples, temos a compra dos respiradores que foram pagos e até hoje Alagoas não os recebeu, e estamos falando justamente de um equipamento essencial na pandemia, ou seja, estamos falando da saúde dos alagoanos que o ex-governador Renan Filho tanto dizia se preocupar. Daremos início ao socorro dos mais de 1,4 milhões de alagoanos que vivem na pobreza, fortaleceremos a agricultura familiar, facilitaremos o acesso ao crédito para o micro e pequeno empreendedor e daremos posse aos aprovados nos concursos da saúde e, sobretudo, da educação, uma vez que, faltam professores nas escolas. Outra questão de suma importância é dar início, de fato, ao funcionamento dos hospitais construídos na gestão Renan Filho. Pois, os mesmos ainda não funcionam de forma plena. Outras propostas são de redução da máquina púbica e dos impostos. Algo que o ex governador Renan Filho nunca se preocupou em fazer.

6 – No geral, como você enxerga a política partidária no Brasil?

Política Partidária é muito importante para o engajamento da sociedade que, de forma voluntária, busca incrementar ideologias que versem o bem comum social. Infelizmente, no Brasil, vemos uma distorção do seu verdadeiro significado. Surgindo ideologias partidárias que visam interesses próprios ou de pequenos grupos, como formas de se perpetuarem no governo, por meio de estratégias que burlam o sentido real de democracia.

7 – Qual a avaliação que você faz dos sete anos do governo de Renan Filho?

É impossível avaliar, de forma positiva, um governo que aumentou IPVA, ICMS dos combustíveis, excluiu famílias pobres de Alagoas do acesso às suas necessidades mais urgentes de sobrevivência, como também, não socorreu o micro e pequeno empreendedor durante a pandemia, levando a falência mais de 20 mil estabelecimentos comerciai. Contribuindo assim, para o aumento do número de desempregados no Estado.

É isto! E viva a política em Alagoas! #VidaQueSegue