Um dos destaques no Congresso Nacional por conta da relatoria da MP de reestruturação dos ministérios é o deputado Isnaldo Bulhões (MDB), de Santana do Ipanema.

Isnaldinho como é conhecido em seu estado natal, já está se tornando célebre nacionalmente, por ativistas, ambientalistas e defensores da causa indígena como o  "relator do mal", em razão das propostas feitas na relatoria da medida provisória, votada a toque de caixa pelo "centrão" na Câmara Federal.

“Não basta a credibilidade do presidente Lula, ou da ministra do Meio Ambiente. O mundo vai olhar para o arcabouço legal e ver que a estrutura do governo não é a que ganhou as eleições, é a estrutura do governo que perdeu. Isso vai fechar todas as nossas portas”, criticou Marina Silva.

O relatório de Bulhões retirou a Agencia Nacional de Águas (ANA) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Ministério do Meio Ambiente. Outra mudança do relator foi a saída da demarcação de terras indígenas do Ministério dos Povos Indígenas para o da Justiça e Segurança Pública. 

“A proposta de retirada da demarcação de terras indígenas e da Funai do Ministério dos Povos Indígenas é um dos piores sinais”, afirmou a Marina. “Estamos dizendo que os indígenas não têm isenção, para fazer o que é melhor para eles mesmo em relação a suas terras”, completou.

Por sua vez, o relator da medida provisória que reestrutura os ministérios, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), afirmou que as mudanças que propôs no parecer não esvaziam pastas do governo Lula. Ele também criticou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que tem se posicionado contra as alterações sugeridas. Bulhões afirmou que Marina está "fora de contexto" e "indo de encontro pensamento do governo".

"Ela [Marina] está fora de contexto. Com a exceção da Agência Nacional de Águas, a MP não trata de transferência de órgãos de um ministério para outro. Trata, sim, das competências dos ministérios. E todas as modificações que eu acatei têm uma lógica histórica, e de composição do governo. A Agência Nacional de Águas e Esgoto não é, no todo, uma agência de proteção ao meio ambiente apenas", disse Bulhões.

O interessante nisso tudo é o que o PT silenciou diante da estocada do relator do MDB em pautas nacionais. Deve ter sido conveniente ao partido governista o que se considera uma traição (nada surpreendente) à Marina e Guajajara, defensoras dessas pautas cidadãs.