80 anos de Robert De Niro
No dia 17 de agosto, o renomado ator Robert De Niro comemorou seu octogésimo aniversário. Como uma das figuras mais marcantes, versáteis e memoráveis de sua geração e do cinema contemporâneo, De Niro deixou uma marca indelével com inúmeras interpretações magníficas nas telonas. Sem dúvida, incontestavelmente, ele figura entre os melhores atores da história do cinema mundial.
Desde o seu surgimento no cenário cinematográfico hollywoodiano, De Niro exibiu de maneira notável sua maestria como um intérprete sólido, porém elegante e intenso. Sua habilidade de transitar habilmente entre a sensibilidade e a violência; a comédia e o drama; a robustez e a sutileza, bem como entre a simplicidade e o detalhismo, é uma manifestação impressionante de sua versatilidade.
De maneira genuinamente encantadora, cenas completas desenrolaram-se com fascinação em seu rosto expressivo, evocando a precisão meticulosa de uma apresentação do Balé Bolshoi. Suas interpretações deram vida às palavras extraídas de incontáveis argumentos, fluindo como a eloquente declamação de um hábil trovador ou a interpretação visceral de um ator shakespeariano do século XVI.
E não estou exagerando, conduza um experimento: escolha qualquer filme estrelado por ele e observe o seguinte – durante a performance, De Niro conseguirá transmitir significados sutis somente ao mover uma sobrancelha, erguer levemente o canto da boca ou franzir a testa. Esses elementos desempenharam um papel crucial no impulso de sua carreira.
Com uma filmografia que ultrapassa 135 produções, De Niro inicialmente ganhou reconhecimento por suas atuações como gângsters, mafiosos e personagens brutais e violentos. Porém, com o passar do tempo, na segunda metade de sua trajetória profissional, ele se envolveu em papéis mais profundos, como em filmes como "Taxi Driver", "Touro Indomável" e "Confissões Verdadeiras".
Além disso, explorou personagens românticos em obras como "Amor à Primeira Vista", "Stanley & Iris" e "Estão Todos Bem", bem como personagens dramáticos em filmes como "A Missão", "Os Intocáveis", "Tempo de Despertar", "Desafio no Bronx" e "O Lado Bom da Vida".
No entanto, foi em comédias leves como "Máfia no Divã", "Ninguém é Perfeito", "As Aventuras de Alceu e Dentinho", "Entrando Numa Fria", "Showtime", "Entrando Numa Fria Maior Ainda", "Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família", "Última Viagem a Vegas", "Ajuste de Contas", "Trapaça" e meus favoritos "Um Senhor Estagiário" e "Em Guerra com o Vovô" que ele conquistou reconhecimento junto ao grande público.
Contudo, dentre os 135 créditos elencados em sua impressionante filmografia, foram nos dez filmes realizados em colaboração com Martin Scorsese que De Niro alcançou a imortalidade cinematográfica - "Mean Streets", "Taxi Driver", "Touro Indomável", "Os Bons Companheiros" e "Casino", para mencionar apenas alguns.
Apesar disso, nem todas as empreitadas de De Niro foram bem-sucedidas. Após seus aclamados filmes com Scorsese, houve aproximadamente uma dúzia de produções em que o ator aparentava estar se apoiando em suas conquistas passadas. Ocasionalmente, suas expressões faciais pareciam um tanto padronizadas e premeditadas. Todavia, como comentei acima, De Niro ainda conseguia convencer em papéis mais voltados para o humor.
Enfim, ao longo de quase seis décadas de carreira, De Niro foi justamente agraciado com dois Oscars: um como melhor ator coadjuvante em "O Poderoso Chefão II" e outro por sua brilhante interpretação principal como o pugilista Jake LaMotta em "Touro Indomável". Além disso, acumulou seis outras nomeações, sendo quatro na categoria de melhor ator por seus papéis em "Taxi Driver", "O Franco Atirador", "Tempo de Despertar" e "O Cabo do Medo", uma indicação como ator coadjuvante por "O Lado Bom da Vida" e outra como produtor por "O Irlandês".