Desde o começo do ano de 2024, vários municípios alagoanos – até de pequeno porte e poucos repasses do FPM – fazem inaugurações, festivais, festa de santos, padroeiros e emancipações que chamam atenção pelas atrações contratadas. O interessante é que a gastança acontece, principalmente, em ano eleitoral.

Nos últimos dois meses (apenas 2) deste ano, o anúncio de festas em cidades do interior é inacreditável. O Blog Kléverson Levy foi procurado para provocar os órgãos fiscalizadores diante de tais ‘gastanças’ em algumas Prefeituras alagoanas.

Chamou atenção nos últimos dias, por exemplo, a cidade de Mata Grande, no sertão de Alagoas. Com uma população de quase 25 mil habitantes, o município vai contratar para festa de Emancipação Política o cantor Gusttavo Lima. Só o sertanejo cobra, em média, cachês que ultrapassam até R$ 1 milhão de reais, a depender da data, cidade e região.

Ano passado, no São João de Maceió, Gusttavo Lima recebeu R$ 980 mil pela apresentação na capital alagoana. Quanto foi em Mata Grande? Entre as atrações, estão – ainda – o cantor Mano Walter e Pablo do Arrocha, como anunciou o próprio prefeito Erivaldo Mandú (MDB) durante o carnaval da cidade.

Porém, não é só Mata Grande que vai fazer festão com dinheiro público. Outros municípios do estado estão anunciando grandes festas que dão conotação para o que chamamos de eventos públicos em ganhos políticos e eleitoreiros com vistas ao pleito de outubro vindouro.

Afinal, enquanto se gasta milhões com shows, palcos e estruturas surreais para festas tem cidade que nem Praça Pública e calçamentos estão sendo concluídos pelas gestões. É isso que pesa para que denúncias apareçam. Nada contra festas e shows, mas, antes de tudo, o compromisso é com o POVO e o município feito para os cidadãos.

É um verdadeiro escárnio o uso das verbas públicas que deveria ser investida em políticas públicas, desenvolvimento e pelo bem-estar da população. Depois disso, claro, viriam as comemorações quando os municípios estiverem sendo atendidos com saúde de qualidade, educação de destaque e cidades estruturadas para os moradores.

Outrossim, ainda há gestores que dizem não ter dinheiro para outros fins primordiais, até gastos prioritários em pastas importantes, mas conseguem uma dinheirama para fazer shows e eventos. Ou seja: é contraditório até quando centenas de prefeitos estão em Brasília com o ‘pires nas mãos’ para pedir “socorro” ao Governo Federal.

Não há o que discutir diante dessas atitudes administrativas paupérrimas que só acontecem quando é para beneficiar o povo. Ao contrário da gastança com grandes eventos que, no final de tudo, todos sabem para onde vão os ônus e bônus da questão.

Por fim, repito o título desta matéria: Órgãos fiscalizadores devem averiguar ‘gastanças’ de Prefeituras com shows em ano eleitoral

É isto!

E viva a política dos políticos em Alagoas!

#VidaQueSegue

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