Vamos pensar juntos?

15/08/2024 00h12
Vamos pensar juntos?

O que vale mais? Essa é a pergunta que precisamos nos fazer enquanto vemos a nossa cidade, Palmeira dos Índios, passar por uma transformação que, na superfície, parece grandiosa, mas que, em seu núcleo, revela um vazio preocupante.

Praças reformadas, ruas asfaltadas, fachadas renovadas. Tudo isso é, sem dúvida, importante para a estética da cidade e o orgulho de quem mora aqui. Mas será que essas obras realmente refletem um progresso genuíno? Ou estamos apenas maquiando os problemas mais profundos que afetam a vida diária dos cidadãos?

Vamos pensar juntos: o que vale mais? Uma praça bonita, que se torna um cartão-postal da cidade, ou o acesso garantido a remédios para aqueles que mais precisam? Uma rua bem pavimentada é, claro, uma necessidade, mas o que dizer da escola do seu filho? Ele está recebendo uma merenda de qualidade? Ele tem material didático adequado? Está estudando em um ambiente seguro e saudável?

Essas questões não são apenas retóricas. Elas tocam o âmago da nossa realidade. Enquanto olhamos para os projetos de infraestrutura que são exibidos com orgulho nas redes sociais, o que vemos, de fato, é uma tentativa de desviar a atenção das falhas que realmente importam.

Não se enganem: não estou dizendo que obras públicas são desnecessárias. Elas são, sim, parte do desenvolvimento urbano. Mas o que vale mais? Uma obra de fachada ou o fortalecimento dos serviços essenciais que garantem uma vida digna e justa para todos?

A resposta parece simples, mas a prática tem mostrado que, muitas vezes, a prioridade é dada ao que é visível, ao que rende votos e aplausos fáceis. É preciso que a população, nós, eleitores, façamos essa reflexão e cobremos de nossos gestores uma mudança de foco.

Uma cidade não é feita apenas de cimento e tijolos, mas de pessoas, de famílias, de sonhos e de necessidades que precisam ser atendidas. Uma praça bonita sem saúde pública de qualidade é como uma casa bem pintada, mas com a estrutura apodrecida. No fim das contas, o que sustenta uma cidade são seus serviços essenciais, não suas obras de fachada.

Então, da próxima vez que você passar por uma nova praça ou ver uma rua recém-asfaltada, pergunte-se: o que vale mais? E lembre-se que o verdadeiro progresso é aquele que cuida das pessoas, que investe em saúde, educação e bem-estar social. Só assim poderemos dizer que estamos, de fato, avançando.