A transparência que nunca existiu

26/08/2024 00h12
A transparência que nunca existiu
Palmeira dos Índios - Foto: Instagram - @palmeiradosindiosoficial

Amanhece mais um dia em Palmeira dos Índios, e com ele renasce a esperança de uma cidade melhor, mais justa e transparente. Contudo, essa esperança tem sido constantemente ofuscada por uma gestão que parece desconhecer o verdadeiro significado da palavra "transparência". Em uma era onde a informação deveria ser acessível a todos, nos vemos presos em um emaranhado de mistérios e segredos que envolvem o destino dos recursos públicos.

Perguntas ecoam pelas ruas, praças e lares da nossa cidade: o que aconteceu com os 100 milhões de reais da CASAL? Para onde foram os recursos destinados ao combate da Covid-19 que, supostamente, deveriam ter aliviado o sofrimento de tantas famílias? Essas não são questões triviais, mas sim inquietações legítimas de um povo que tem o direito de saber como e onde seu dinheiro está sendo aplicado.

A transparência não é um favor que o governante concede ao governado; é uma obrigação fundamental de qualquer gestão pública que se preze. É através dela que se constrói a confiança entre o povo e seus representantes, permitindo que a sociedade participe ativamente do processo democrático. Sem transparência, abrem-se portas para a corrupção, o desperdício e a má gestão, males que têm assombrado Palmeira dos Índios por tempo demais.

A opacidade administrativa cria um ambiente propício para que recursos desapareçam sem explicações convincentes, deixando a população à mercê de serviços públicos precários e estruturas insuficientes. Enquanto isso, obras faraônicas e eventos pomposos são utilizados como cortina de fumaça para desviar a atenção das verdadeiras prioridades que são negligenciadas dia após dia.

É imprescindível que a gestão pública adote práticas claras e acessíveis de prestação de contas, utilizando os meios de comunicação disponíveis para informar a população sobre cada centavo gasto, cada projeto iniciado e cada meta alcançada ou não. Ferramentas digitais, audiências públicas e relatórios detalhados devem ser a norma, não a exceção. A participação popular precisa ser incentivada e valorizada, pois é através dela que se constrói uma sociedade mais consciente e engajada.

A falta de transparência não apenas mina a eficiência da administração pública, mas também corrói o tecido social, gerando desconfiança e descontentamento. O cidadão que não vê retorno dos impostos que paga, que não encontra respostas para suas perguntas, sente-se traído e desamparado. Essa sensação de abandono alimenta o descrédito nas instituições e fragiliza a democracia.

Portanto, é hora de exigirmos mais. Não podemos nos contentar com respostas vagas e promessas vazias. Precisamos cobrar clareza, exigir prestação de contas e participar ativamente do processo político. A mudança começa quando deixamos de aceitar a escuridão como normal e passamos a buscar a luz da verdade e da responsabilidade.

Palmeira dos Índios merece uma gestão que respeite seu povo, que administre com honestidade e que seja transparente em cada ação. Somente assim poderemos construir uma cidade mais justa, onde os recursos sejam aplicados de forma correta e onde cada cidadão possa sentir orgulho do lugar onde vive. A transparência não é apenas uma virtude; é a base sólida sobre a qual se ergue uma sociedade verdadeiramente democrática e próspera.