FILME BARREIRAS: Histórias e relatos de pessoas com deficiência frente ao capacitismo, de Edmilson Sá, é premiado na 15ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano - e rompe barreiras
Edmilson Sá, Pessoa com Deficiência, produziu, roteirizou, dirigiu e montou o filme Barreiras: histórias e relatos de Pessoas com Deficiência frente ao capacitismo, realizado em Palmeira dos Índios, com recursos da Lei Paulo Gustavo de 2023. O filme conta, de forma sensível “as vivências e desafios enfrentados por pessoas com deficiência no Brasil. Através de relatos emocionantes e histórias inspiradoras, buscando promover a conscientização, combatendo o capacitismo e sensibilizando as pessoas, os poderes e políticas públicas na busca por uma sociedade inclusiva em que a dignidade da pessoa humana e a cidadania plena sejam reais."
Mas o filme fez mais que ganhar o prêmio de Melhor Montagem na 15ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano - pelo júri especializado. E ele já tinha sido o grande ganhador, trazendo dois prêmios do 10º Festival VerOuvindo de Acessibilidade Comunicacional do Recife. BARREIRAS: HISTÓRIAS E RELATOS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FRENTE AO CAPACITISMO, fez história por ser o primeiro filme 100% com Acessibilidade Comunicacional, é acessível/inclusivo - por proporcionar a TALS (Transcrição Audiovisual na Língua de Sinais), Audiodescrição e Legendas Descritivas, possibilitando que Pessoas com Deficiência auditiva e visual possam assistir sem nenhum empecilho. O que fez com que outros/as realizadores/as do audiovisual alagoano, percebessem o quão importante é a acessibilidade comunicacional levando inclusão social, de fato.
Nas palavras do júri especializado da 15ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano:
"Pela alternância inteligente entre os regimes de atenção ao que é visto e descrito, ouvido e sentido; pela originalidade e senso rítmico na adequação dos mecanismos de acessibilidade à dimensão composicional e poética do filme; e, pelo trabalho de alçar os processos de tradução em uma poética “def” para além do automatismo técnico, premiamos com a categoria MELHOR MONTAGEM”, Edmilson Sá.
Ou seja, a MONTAGEM do filme harmonizou, de maneira fluida, as dinâmicas de enquadramento, enaltecendo os sentidos e o ritmo e adequação da acessibilidade comunicacional - a janela de libras e audiodescrição - de modo que não atrapalhasse a experiência, tanto para as Pessoas sem Deficiência, mas que atendessem às necessidades daqueles e daquelas que necessitam desses recursos.
Nas palavras de Eduardo Coutinho - um dos maiores documentarista do mundo: “O esforço inalcançável é se colocar no lugar do outro/a, para entender de que lugar o/a outro/a está falando”, esse esforço para entender de que lugar estão falando, nos permite levar o/a espectador/a a sentir e vivenciar, da forma mais orgânica possível, as experiências, os sentimentos e mensagens que o documentário pretende transmitir. E vários fatores corroboraram para a qualidade do curta documentário Barreiras: histórias e relatos de Pessoas com Deficiência frente ao capacitismo; entre esses, a paixão pelo cinema, os trabalhos da faculdade de História - primeiro TCC a tratar dos cinemas de Palmeira dos Índios, nos anos de 1960, as experiências com as conversas com o grande Elinaldo Barros, o cineclubismo em Palmeira dos Índios e os diálogos e aprendizados recebidos do amigo pessoal e produtor/diretor de audiovisual de Palmeira dos Índios, Ailton da Costa, que não só incentivou à produção de Barreiras: histórias e relatos de Pessoas com Deficiência frente ao capacitismo, mas orientou o produtor/diretor/montador de Barreiras, sobre enquadramentos, edição e ritmos. “Gratidão Ailton da Costa, pelas horas de conversa e aprendizados”. É PALMEIRA DOS ÍNDIOS NO CENÁRIO DO CINEMA ALAGOANO!
Por fim, Barreiras: histórias e relatos de Pessoas com Deficiência frente ao capacitismo traz uma mensagem que precisa ser ouvida e entendida:
“EU SOU PESSOA COM DEFICIÊNCIA, MAS NÃO SOU DEFICIENTE! É O ESTADO QUE É DEFICIENTE! OS PODERES PÚBLICOS QUE SÃO DEFICIENTES! OS OLHARES PRECONCEITUOSOS E CHEIOS DE CAPACITPISMO QUE SÃO DEFICIENTES! ENTÃO, NÃO SOMOS NÓS QUE TEMOS QUE MUDAR.” (Edmilson Sá)