
Corruptos não passarão

Em tempos difíceis para a política, para a ética e para a própria esperança, é preciso puxar pela memória alguns exemplos – ainda que paradoxais – para ilustrar o que vivemos hoje.
Lembro-me de Albérico Cordeiro. Sim, aquele mesmo. Uma raposa velha da política de Alagoas, acostumado aos meandros do poder, às artes e manhas que só os espertos dominavam. Albérico, com toda sua astúcia, quando assumiu a Prefeitura de Palmeira dos Índios, protagonizou um episódio curioso e revelador: proibiu que um certo cidadão – um figurão da esperteza, conhecido até por ter passado a perna no famigerado PC Farias numa plantação de coco – chegasse sequer à calçada da sede da Prefeitura.
Era a maneira de Albérico de deixar claro que, apesar de tudo, raposa reconhece raposa... e que certas companhias nem mesmo ele admitiria à sua porta.
Pois bem. Hoje, os tempos são outros, mas a safra de oportunistas não mudou muito. O que mudou foi a qualidade dos personagens. E, convenhamos, mudou para pior.
Agora, são políticos noviços, inexperientes no que há de nobre no serviço público, mas doutorados na velha arte da ganância. Gente que, mal assume um cargo, já se deixa embriagar pelo vil metal. Mal enxerga a cadeira que ocupa e já sonha em encher bolsos, contas e malas.
Só pensam no lucro rápido, no ganho fácil, no desvio sorrateiro.
E quando a imprensa livre, firme em seu papel de cão de guarda da sociedade, se interpõe no caminho desses interesses obscuros... Aí, meus amigos, a máscara cai.
Sentindo-se ameaçados, esses políticos de ocasião partem para o ataque. Atacam jornalistas, atacam veículos de comunicação, atacam o direito sagrado do povo de ser informado. Tentam desacreditar, difamar, ameaçar. Tudo para calar a voz que denuncia. Tudo para tentar, em vão, proteger a rapinagem que praticam na surdina.
Mas é preciso que eles entendam, e entendam muito bem: Palmeira dos Índios está vigilante. Mais do que nunca.
A imprensa local, esta sim, aguerrida, firme e consciente, também está.
E os corruptos, ah, meus caros, os corruptos não passarão.
Não adianta berrar, espernear, gritar que são vítimas de perseguição. Não adianta posar de bons moços, de paladinos de uma moral que eles mesmos, a cada ato, a cada desvio, negam com suas ações.
Não adianta criar factoides, plantar boatos ou ameaçar jornalistas com processos ou intimidações covardes.
Contra a força de uma imprensa livre, honesta e determinada, não há dinheiro que compre, não há fake news que esconda, não há mentira que se sustente.
O povo já aprendeu a separar o joio do trigo.
A máscara já caiu, e quanto mais atacam, mais se revelam.
O recado é claro e direto: jornalistas não são inimigos do povo.
São aliados do povo contra os verdadeiros inimigos – os saqueadores do erário, os assassinos de esperanças, os traidores da boa fé popular.
A história não poupa os covardes.
E, acreditem, meus amigos: a verdade, cedo ou tarde, vem à tona.
Alagoas é terra de bravos. É terra de homens e mulheres que sabem reconhecer quem luta pelo coletivo e quem trabalha apenas pelo próprio bolso.
Aqui, a liberdade de imprensa não se negocia.
Aqui, a liberdade de imprensa não se cala.
Aqui, a liberdade de imprensa resiste, denuncia e vence.
E, parafraseando as grandes vozes da história: os corruptos não passarão!