As cortinas opacas da Prefeita

12/08/2025 00h12
As cortinas opacas da Prefeita

Esta é uma crônica para ser degustada com a paciência de quem observa um céu de nuvens carregadas, esperando uma chuva que nunca vem. Falemos da prefeita Luísa Júlia Duarte, que depois de oito meses de gestão, tem deixado o povo de Palmeira dos Índios com uma sensação amarga: a de que a transparência virou peça de museu.

Pois é, meus amigos. Não é de hoje que a gente sabe que a transparência na administração pública é como uma janela aberta: ela deixa o ar circular, deixa o povo ver o que se passa lá dentro e evita aquele cheiro de mofo que tanto maltrata a confiança popular. Mas, infelizmente, em Palmeira dos Índios, essa janela anda fechada há quase um ano.

Sim, quase um ano sem atualização do Portal da Transparência, mesmo depois de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado com o Ministério Público. Ou seja, prometeram abrir as cortinas, mas elas continuam cerradas. A prefeita Luísa Júlia, que sucedeu o próprio sobrinho, o ex-prefeito Júlio Cezar, parece ter herdado não só o gabinete, mas também o hábito de esconder as contas e os gastos públicos, como se a cidade fosse um feudo e o povo, meros súditos que não precisam saber de nada.

Mas, Luísa Júlia, aqui vai o conselho de quem já viu muitas gestões irem e virem: a transparência não é um luxo, é um dever. E esconder as contas não vai fazer com que os problemas desapareçam, só vai fazer com que eles apodreçam. E, quando finalmente a luz entrar, a checagem será ainda mais dura.

Portanto, se há um apelo que essa crônica faz, é este: prefeita, abra as cortinas antes que o vento da indignação popular as rasgue. Deixe o povo ver o que está acontecendo, retome a confiança, porque ainda há tempo de evitar que seu nome se perca no mesmo esquecimento que já engoliu outros gestores.

E que essa crônica sirva não só como um conselho, mas como um lembrete: a transparência não é um fardo, é a luz que mantém a democracia viva. Fica aqui a nossa reflexão e, quem sabe, um convite para que as cortinas finalmente se abram.