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Arboretum colabora com recuperação das matas ciliares do Rio São Francisco
Dez mil mudas sairão da Universidade Federal de Alagoas em direção às margens do Rio São Francisco apenas este ano. Cultivadas no Arboretum de Alagoas, localizado no Campus Maceió, boa parte delas será plantada em Porto Real do Colégio, a partir deste mês até junho, culminando com o Dia do Meio Ambiente, no dia 5.
Uma área de dois hectares, degradada para a construção de antigos diques e que hoje serve como campo de futebol, será reflorestada com as mudas nascidas na Ufal. A ação faz parte das atividades realizadas pelo Centro de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (Crad), numa parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e da Secretaria de Florestas do Ministério do Meio Ambiente.
As atividades de plantio das mudas começaram em 2008, quando o Arboretum teve aprovado projeto para recuperar áreas da Bacia Hidrográfica do São Francisco. Com os recursos da Codevasf e do Ministério foi possível construir o Laboratório de Plantas Tropicais e comprar mais de R$ 350 mil em equipamentos, veículos e três viveiros para o Arboretum.
Seis Crads fazem o trabalho de replantio ao longo do rio São Francisco e o Arboretum é o centro de Alagoas. Ele é responsável pela geração de tecnologias que facilitem as ações de recuperação de áreas degradadas entre as cidades de Paulo Afonso até a foz do rio. "Em 2012 vamos ampliar a área de produção de mudas. Nossa meta para este ano é a recuperação de uma área piloto de 20 hectares as margens do rio São Francisco, no município de Porto Real do Colégio", explica Flávia Barros, coordenadora do Arboretum desde 2008.
Laboratório vivo
Foi com a mesma intenção de recuperar área degradada no Campus Maceió, que a professora Cecília Belo, do Instituto de Ciências Biológicas e Saúde (ICBS) teve a ideia de transformar um antigo lixão num verdadeiro laboratório vivo em 2003. Localizado em frente à Superintendência de Infraestrutura (Sinfra), o Arboretum possui área de cinco hectares e mais de cem espécies nativas da Mata Atlântica, caatinga, cerrado e Amazônia.
"A área foi sendo plantada ao longo dos anos com muita participação dos estudantes dos cursos de Biologia, Agronomia e Geografia. Hoje é um espaço verde muito importante, uma coleção de árvores", lembra Flávia.
O Arboretum foi a primeira área de experimentação. As mudas pioneiras foram plantadas em 2003 e hoje têm uma média de sete metros de altura. Logo depois, em 2008, houve a recuperação de áreas da Usina Caeté, no município de São Miguel dos Campos. A partir dessas áreas, é possível verificar quais são as espécies mais frágeis e aquelas que sobrevivem às enchentes, como matas ciliares. Muitas dessas informações não existem na literatura e estão dando respostas sobre as plantas mais adequadas para a recuperação das áreas devastadas.
"Todo esse projeto está possibilitando a realização de pesquisas sobre germinação e crescimento de espécies nativas, algumas muito pouco conhecidas. Os experimentos no campo possibilitarão identificar as melhores técnicas para trazer a caatinga de volta a áreas em risco de desertificação", detalha Flávia.
Atualmente, o projeto serve como tema de estudo para graduandos e mestrandos da Ufal e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com pesquisas apoiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e das fundações de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal) e da Bahia (Fapesb).
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