A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) está há 48 dias sem aulas e sem nenhuma atividade no Campus Arapiraca. A paralisação se deu por decisão dos professores e do colegiado, com aceitação do conselho superior da instituição, que constatou a necessidade de maior segurança no local. O campus, que conta com 2,2 mil alunos de 14 cursos diferentes, fica ao lado do presídio Desembargador Luis de Oliveira Sousa, sendo separados apenas por uma cerca.

Segundo a assessoria de comunicação da universidade, o campus seria uma rota de fuga para os detentos. A decisão pela suspensão das aulas se deu após uma troca de tiros entre policiais e presidiários, que colocou em risco a vida de alunos e funcionários da Ufal.

O reitor da universidade, Eurico Lôbo, afirma que já está prevista a transferência dos presos para uma unidade em Maceió, enquanto um novo presídio, próximo a Arapiraca, será construído. Lôbo afirma que os órgãos de segurança também trabalham na revisão da pena de alguns presos, e que a reforma de alguns módulos já assegura novas vagas no presídio.

Lôbo conta que, inicialmente, o presídio era de sistema semiaberto, mas com a expansão teria agregado presos de maior periculosidade, e que a estrutura do local não era adequada. "A expectativa que temos é que as conversas tenham evoluído, é um compromisso da universidade, do poder judiciário e do governo resolver a situação. Toda semana nos reunimos e trabalhamos para uma solução definitiva, que é a desativação do presídio e o retorno das atividades em paz", afirma o reitor, que garante a reposição das aulas perdidas.