Geral

Santos casamenteiros

21/06/2012

Por falta de pesquisa e de informação, o município de Palmeira dos Índios denominou o Cemitério Secular da cidade pelo nome de SÃO GONÇALO. Os políticos da época, assim como os de hoje, instituíam denominações para logradouros públicos sem qualquer critério e sem qualquer aprofundamento sobre a importância do bem público e sobre a figura do homenageado. Isso ainda acontece. Por exemplo, é proibido dar denominação a logradouro público (como rua, praça ou prédio público) com o nome de pessoas vivas, mas nenhum administrador público está atento para isso. No caso do Cemitério Público de Palmeira dos Índios, muito bem deveria ter sido homenageado SANTO ANTÃO, o santo da renúncia, Padroeiro dos Coveiros e dos Cemitérios. Ele nasceu no Egito, centenas de anos antes de São Francisco de Assis, e morreu aos 105 anos de idade. Ele foi o fundador da Ordem dos Frades Antonianos, que combatia a riqueza e a avareza e pregava a pobreza e a quietude. Por isso, Santo Antão é reconhecido como o “Pai do Monasticismo”.

Quanto a SÃO GONÇALO, sacerdote português, nascido no século XVI, este zelava pela virtuosidade das mulheres e organizava danças nos dias de sábado para as mulheres jovens, até elas se cansarem, porque ele entendia que “as mulheres que participassem dessas danças aos sábados não cairiam em tentação no domingo”. E mais, quando o Padre GONÇALO foi vigário de São Paio de Vizela, no norte de Portugal, ele fez vários casamentos de mulheres que perderam a virgindade. Diz a história da sua biografia que, “para converter ao cristianismo as prostitutas da cidade, ele se vestia de mulher, tocava viola e dançava alegremente, apesar de pregos no sapato, o que feria seus pés”. São Gonçalo morreu no dia 10 de janeiro de 1259 em Amarante, no Douro, à margem do rio Tâmega (Portugal). Narra à lenda que a mulher que tocar com alguma parte do seu corpo o túmulo de SÃO GONÇALO, em Amarante (Portugal), terá casamento garantido dentro de um ano, no máximo. Após sua morte, ele passou a ser Padroeiro dos Violeiros, além de Santo Casamenteiro.
Além de SÃO GONÇALO, como Protetor dos Namorados, existem outros Santos Casamenteiros como SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA (ou de Lisboa), SÃO VALENTIM e SÃO JOSÉ. No caso de SANTO ANTÔNIO, sabe-se que ele arranja namorado, mas SÃO VALETIM é reconhecido como Protetor dos Namorados. Portanto, SANTO ANTÔNIO é Padroeiro dos Namorados e SÃO VALENTIM é Padroeiro dos Casamentos, enquanto SÃO JOSÉ é especialista em atrair bom marido, sendo ele Padroeiro dos Maridos.
Santo Antônio de Pádua nasceu em Lisboa (Portugal) e morreu em Pádua (Iátlia), em 13 de junho, aos 39 anos. Ele também é Padroeiro das Noivas, das Mulheres Grávidas, dos Pobres e dos Oprimidos. Ele abandonou a vida de mordomias dos seus pais, por sua convicção cristã. Santo Antônio era dotado de um conhecimento invejável sobre os Evangelhos, sendo notável Orador Sacro.
São Valentim nasceu em Terni (Itália). Ele foi Padre e Bispo, no Século III. Todos os anos, em 14 de fevereiro, seu túmulo é visitado por inúmeros namorados que pedem a sua proteção, depositando flores vermelhas sobre seu jazido. Esse costume está ligado à tradição de que São Valentim “colhia flores vermelhas do seu jardim para oferecê-las aos vistantes”. De acordo com a Igreja, São Valentim casava secretamente os jovens namorados contra a vontade do Imperador Aurélio, que proibiu o casamento dos rapazes, porque pensava que soldados casados eram pouco valentes. Pelo contrário, o Bispo Valentim acreditava que o matrimônio fazia parte do plano de Deus para o mundo.
Quanto a São José, ele é o Protetor das Famílias, dos Trabalhadores, dos Mestres de Obra e dos Maridos. Diz a tradição cristã que vários homens eram pretendentes à mão de Maria de Nazaré, mãe de Jesus. Os pais de Maria (Santa Ana e São Joaquim) deram a cada dos pretendentes um bastão sem folhas e sem flores, para que Deus escolhesse o melhor. O bastão de José floresceu e isso foi interpretado como um sinal. No mais, os Evangelhos dizem que São José era um “homem justo”, descendente do Rei Davi. Pensemos nisso! Por hoje é só.