Geral
O príncipe Danilo
02/07/2012
No Brasil, tivemos um príncipe Danilo no futebol. Cheguei a vê-lo atuar pelo América, pelo Vasco da Gama e pela seleção brasileira. De estilo inconfundível, jogava na posição que, à época, se chamava de centro-médio. Armava as jogadas com rara elegância. Era o Danilo Alvim.
Na vida cultural brasileira, hoje, temos um outro príncipe Danilo, com o sobrenome de Santos Miranda. Não joga futebol, mas é um primoroso armador de ações, todas elas revestidas de sucesso no Sesc de São Paulo, onde atua há mais de 30 anos, nas funções de diretor regional da instituição, íntimo colaborador do presidente Abram Szajman.
Danilo nasceu em Campos dos Goytacazes(RJ) e parecia destinado à carreira religiosa. Queria ser jesuíta. Mas os fados o levaram a São Paulo. Como professor que era, acabou entrando por concurso para o Sesc, onde faz uma lindíssima carreira de executivo. Dirige com invulgar competência as 33 unidades do Sesc/SP, animando suas atrações artísticas e os diversos serviços de saúde, nutrição e educação ambiental. Alia os cuidados culturais, como vimos no fabuloso Sesc Pompéia, com atividades físicas, de lazer.
Não é por acaso que o governo federal, há tempos, quis atrapalhar a vida do Sistema S, sequestrando os seus recursos, que não são públicos, mas fruto da contribuição de empresários e trabalhadores brasileiros. É uma presença crescente, em nossa economia, aumentado cerca de 10% do ano, na última década. Tudo isso é resultado de um trabalho inteligente e estrategicamente adequado. Por isso, concordamos com o que nos disse Danilo, em encontro recente: Trabalhamos num processo de educação informal, educação complementar, que é contínua. Como, aliás, recomendou a Unesco, em sua Conferência Internacional de Educação.
O professor Danilo, hoje um paulista de quatrocentos anos, estimulado pela amizade e a afinidade com os propósitos de Abram Szajman, continua à procura de terrenos, onde possa expandir a ação do Sesc. Está de olho especialmente na Zona Leste da capital e em algumas cidades do interior paulista, onde anotou carências culturais que merecem cuidados por parte da entidade, que hoje tem por sede a antiga fábrica de tecelagem do Moinho Santista, no bairro de Belenzinho. Ali ele desenvolve o seu comando, com a prata da casa, considerando-se por isso mesmo um homem feliz.
O objetivo desse executivo especial é melhorar as condições de vida dos trabalhadores do setor terciário de São Paulo, como, aliás, foi previsto na Carta da Paz Social, assinada em Teresópolis, nos idos de 1946, quando se reuniu a Conferência Nacional das Classes Produtoras, para criar uma instituição benemérita, como é o Serviço Social do Comércio. De lá para cá, só há motivos de orgulho. Perguntem aos frequentadores das unidades em pleno funcionamento se estão contentes com o que está sendo realizado. A resposta, como vimos recentemente no ABC paulista, é amplamente favorável.
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