Geral
Identificação e controle de bactéria transmissora da peste são temas de capacitação
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) deu início, nesta segunda-feira (9), à Capacitação para Biologia, Identificação e Controle de Pulgas e Roedores de Importância na Transmissão da Peste. Voltado para técnicos municipais, o evento, que acontece no Ritz Suítes, pretende fortalecer o monitoramento da bactéria Yersìnia pestis, responsável pela difusão da doença.
Durante a atividade, serão repassadas informações sobre a enfermidade em geral e sobre as maneiras de combate, impedindo o surgimento de novos registros. O último registro oficial em Alagoas foi em 1973. O problema é que essa é uma doença negligenciada em todo o mundo e que, muitas vezes, pode ser confundida com a dengue, expõe o médico infectologista Celso Tavares.
Ele ressalta que, apesar dos sintomas parecidos, a peste é bem mais grave. Ela mata e pode gerar grandes epidemias. Em algumas situações, a pessoa morre se não for tratada em até 18 horas. É uma ameaça real e, por isso, é tão importante que os técnicos estejam capacitados para identificá-la. Além das perdas humanas, o local onde ela acontece passa a ser discriminado.
De acordo com o infectologista, a circulação da bactéria no Estado foi descoberta em 1914 e, devido à sua difícil vigilância, persiste até hoje, em especial no Agreste e no Sertão. A coordenadora do Programa de Controle da Peste, Ana Moura, destaca que, apenas neste ano de 2012, dois casos suspeitos envolvendo cães foram notificados.
As amostras colhidas ainda estão sendo analisadas pelo Laboratório Central de Alagoas (Lacen). Não temos a confirmação, já que as pulgas colhidas nas cidades de Major Isidoro e Inhapi, onde aconteceram os registros, ainda estão em análise. Apesar disso, já fizemos um bloqueio para a captura de roedores junto com os supervisores municipais, explica a coordenadora.
Ela lembra que, devido à situação, é necessário que os técnicos estejam preparados. Ainda não tivemos casos envolvendo seres humanos, mas é preciso que eles estejam capacitados para identificar a bactéria e saber o que fazer se detectarem algum paciente, diz ela, acrescentando que, atualmente, Alagoas possui 29 municípios na área pestígena.
Para preparar as equipes municipais, a capacitação está repassando informações quanto à situação epidemiológica encontrada no território alagoano; ancestralidade, ecologia e biologia das pulgas; identificação das principais famílias da espécie e os focos no Brasil; relação parasita-hospedeiro e profilaxia e controle nos domicílios.
A oficina contará, ainda, com um momento em campo para captura de pulgas e roedores. A prática acontece nesta quarta-feira (11), em Palmeira dos Índios, onde serão distribuídas armadilhas e, posteriormente, o preparo dos parasitas recolhidos para identificação de possível infecção por Yersìnia pestis. As atividades serão comandadas pelo veterinário Raimundo Wilson de Carvalho.
O evento é voltado para técnicos de Estrela de Alagoas, Palmeira dos Índios, Major Isidoro, Água Branca, Inhapi, Viçosa, Coité do Nóia, Arapiraca, Limoeiro de Anadia, Anadia, Mata Grande, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, Quebrangulo, Minador do Negrão, Taquarana, Porto Real do Colégio e Traipu. Equipes de Maceió também participam do treinamento.
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