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Novidade na eleição em Palmeira: Val Basílio, preso na Operação Carranca, registra candidatura a vereador com apoio de James Ribeiro

03/08/2012

Um fato pode causar grande repercussão em Palmeira dos Índios e que até a manhã de hoje só movimentava os bastidores. Trata-se da renúncia do candidato a vereador “Picirica”, do PRTB. Até aí tudo bem – um caso natural, de uma desistência de candidatura a vereador, se não fosse pelo nome de seu substituto na coligação: o ex-vereador Denisval Basílio da Silva, que em seu último mandato fora preso na chamada Operação Carranca e passou um ano no xadrez da Polícia Federal em Maceió, localizada no bairro de Jaraguá.

Val Basílio, como é conhecido, foi acusado de formação de quadrilha e responde a processo na Justiça Federal por este crime. Filiado ao PRTB de Adeilson Bezerra, Val Basílio conseguiu "tomar" a direção do partido e se candidatou a vereador no lugar de Picirica.
Outro fato interessante e que causa perplexidade, é que o atual prefeito James Ribeiro (PSDB), candidato a reeleição, foi várias vezes às emissoras de rádio denunciar que algumas obras na cidade estavam “emperradas”, isto é, sem “finalização”, em razão de terem sido iniciadas pelas construtoras de responsabilidade de Val Basílio. O prefeito ironizava – na época – a licitação dessas obras e as questionavam como fraudulentas, contudo, hoje, o prefeito alia-se a Val Basílio na campanha eleitoral fazendo uma dobradinha entre ele, prefeito, e Val, vereador, a quem condenava num passado recente.

Relembre o caso Val Basílio

O Ministério Público Federal em Arapiraca (AL) apresentou em 21 de outubro de 2010, alegações finais em processo contra 12 pessoas envolvidas em crimes contra a administração pública, descobertos pela chamada Operação Carranca, da Polícia Federal (PF).
De acordo com a denúncia oferecida em 2008, a quadrilha fraudou licitações e contratos de obras públicas em Major Izidoro, Batalha, Água Branca, Viçosa e Palmeira dos Índios, entre 2005 e 2007. Se condenados, poderão cumprir pena de até 33 anos de reclusão, além de ressarcimento dos valores desviados aos cofres públicos.
A quadrilha era chefiada pelo então presidente da Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios, Denisval Basílio, o Val Basílio, que administrava empresas “laranjas” e, juntamente com os irmãos Paulo e Christiano Mendonça, elaboravam propostas em conjunto para lucrar mais com licitações fraudadas. No processo, documentos apreendidos e interceptações telefônicas comprovam a “montagem” de processos licitatórios nas próprias empresas laranjas, para facilitar os crimes.
Além de terem sido encontradas logomarcas de supostas concorrentes nos computadores das empresas, as propostas eram idênticas a ponto de trazerem o mesmo erro de grafia: a palavra descriminação. Também é possível encontrar nas planilhas de custo das obras públicas investigadas, despesas com o nome “cafezinho” por até R$ 7,5 mil. A lista de irregularidades é bastante extensa e inclui execução de contratos fraudados, nos quais a quadrilha usou material de má qualidade ou sequer concluiu obras contratadas com a Caixa Econômica Federal (Caixa). Nos dois anos em que agiu na região, a quadrilha desviou recursos destinados à construção de escolas, casas populares e de infraestrutura nos municípios, entre outros.
Nas alegações finais, o procurador da República Samir Nachef Júnior afirmou não haver dúvidas quanto à responsabilização da quadrilha pelos crimes dos quais são acusados, uma vez que é abundante a quantidade de provas nos autos, que incluem perícias, além das interceptações autorizadas pela Justiça.