Cidades
Governo divulga previsão climática e destaca ações contra seca
Durante reunião de Análise e Prevenção Climática, vice-governador afirmou que seca chegou à Zona da Mata; boletim meteorológico prevê pouca chuva
O vice-governador José Thomaz Nonô fez, nesta sexta-feira (19), explanação sobre as ações executadas pelo Governo de Alagoas para a convivência com a maior seca já verificada em Alagoas e em todo o Nordeste brasileiro nos últimos anos. Antes da entrevista, foi divulgado o Boletim da Quadra Chuvosa, que indica poucas chuvas para os próximos meses para o Semiárido brasileiro.
A apresentação encerrou o segundo encontro de Análise e Prevenção Climática, que reuniu técnicos e pesquisadores de todo o Nordeste, além de meteorologistas do Centro de Previsão de Estudos Climáticos (Ceptec) e da Agência Nacional de Águas (ANA). O encontro aconteceu no Palácio República dos Palmares.
Ao analisar as previsões meteorológicas, o vice-governador falou sobre a intensidade da seca que castiga o Nordeste brasileiro. “Não tenho dúvida de que estamos vivendo a maior seca dos últimos anos, quase um século, não é meramente dos últimos 50 anos, principalmente na fronteira entre Alagoas e Pernambuco. Não há nada semelhante na história desse fenômeno”, ressaltou Nonô, ao informar que pesquisou sobre o histórico da seca em Alagoas.
“Um dos sintomas da gravidade dessa seca atual é que ela atingiu além do Sertão, municípios da Zona da Mata. Mas, o Governo de Alagoas, dada a dimensão deste fenômeno, tem feito o possível para amenizar a situação que é extremamente grave”, destacou o vice-governador.
Entre as medidas, pontuou Nonô, estão ações que contam com cerca de 500 carros-pipa, número que é o dobro da quantidade de veículos de fornecimento de água no Estado do que tinha sido previsto anteriormente.
O vice-governador também citou ações importantes no semiárido, como o trabalho de perfuração e de recuperação de poços artesianos, além da limpeza de barreiros e o desassoreamento de barragens.
“Outra obra fundamental foi a entrega do Canal do Sertão, que surge como uma das grandes alternativas para a estiagem. Ele já está produzindo alimento tanto para o consumo animal, quanto para o consumo do homem e já é possível encontrar plantação de feijão e de capim naquela região”, acrescentou.
Durante a entrevista coletiva, o vice-governador destacou o empenho do Governo para tentar amenizar os efeitos da estiagem.“É claro que aqui e ali vão ser encontradas falhas, mas posso garantir que o Governo não tem se esquivado de oferecer o possível para conviver com um fenômeno de tal magnitude, até porque o estrago é muito grande”, completou o vice-governador.
Quadra chuvosa
Na ocasião, foi divulgado o Boletim da Quadra Chuvosa que já começou e deve subsidiar as ações do Governo. A quadra, segundo informações da meteorologista Ariane Franssiani, profissional do Instituto de Pesquisas Especiais (Inpe), teve início na segunda quinzena de abril e vai até a primeira quinzena de agosto.
“Em resumo, o Estado está com um déficit hídrico entre 30% e 50%, num período acumulado de 12 meses em relação à média histórica. Pelas probabilidades, isso deve permanecer para os próximos meses”, revelou Ariane.
De acordo com o que foi apresentado pela especialista, desde dezembro de 2011, estão sendo verificados desvios negativos na incidência de chuvas no Nordeste em relação às médias históricas.
A probabilidade para a quadra chuvosa, entre abril e agosto, é de que fique abaixo da normalidade em comparação ao que ocorreria se não fosse o fenômeno climático e de que, principalmente no Sertão, a situação permaneça a mesma. “Ocorreram anomalias de precipitação na temperatura de superfície do Oceano Atlântico Norte. Isso vem persistindo”, disse a meteorologista.
O encontro contou também com a presença do secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e secretário-executivo do Comitê da Seca, Napoleão Casado, além do secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, José Marinho.
Representantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e de entidades ligadas a trabalhadores e à produção agropecuária de Alagoas também se fizeram presentes.
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